TÁ BOM...
...o Vasco bateu o Atlético-GO por 3 a 0, lidera a Segundona, e só pensa no Corinthians, adversário de quarta-feira, pela Copa do Brasil.
...o Fluminense pega o Santos, neste domingo, no Maracanã. Promessa de um bom jogo.
...em Porto Alegre, Paulo Autuori estreia pelo Grêmio contra o Botafogo, clube como o qual foi campeão do Brasileiro de 1995. Boas lembranças.
...o Flamengo enfrenta o Santo André. Impossível não pensar em "vingar" a derrota na final da Copa do Brasil de 2004.
MAS...
...a melhor atração futebolística desta última semana de maio é a final da Copa dos Campeões da Europa, entre Barcelona e Manchester United. Em campo, na quarta-feira, às 15h45min., no Estádio Olímpico de Roma, os dois melhores jogadores do mundo, Cristiano Ronaldo e Messi, acompanhados de outros gênios da bola. O Barcelona criou um site especial sobre a finalíssima. Clique na imagem e acesse. Vale a pena.
Texto: Pedro Cruz (Repórter Comunitário)
O prêmio Cidadão de Madureira foi dado a 60 pessoas que se destacaram pela contribuição dada à melhoria do bairro, entre eles advogados, médicos, engenheiros e comerciantes
COBERTURA ESPECIAL - ANIVERSÁRIO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MADUREIRA
Texto: Andrezza Henriques (6º período) - Estagiária Mídia Impressa / Yáskara Paz (6º período) / Rodrigo Aquino (3º período) / Cristina Vieira (6º período) / Fotos: Michael Meneses
Empresários e comerciantes de pequeno e médio porte da Zona Norte do Rio se reuniram nesta sexta-feira (22/05) durante almoço oferecido pela Associação Comercial de Madureira (ACM), em comemoração aos seus 54 anos de fundação. O prêmio Cidadão de Madureira foi dado a 60 pessoas que se destacaram pela contribuição dada para a melhoria do bairro, entre eles advogados, médicos, engenheiros e comerciantes.
O presidente da ACM, Felipe Morgenstein, disse que se pudesse escolher um presente para o bairro seria um pouco mais de atenção das autoridades públicas. “Gostaria que autoridades estaduais e municipais tivessem mais carinho com o bairro. Que eles não lembrem apenas próximo às eleições, e sim todo o ano”, alfinetou Felipe.
O aniversário marcou a campanha da ACM para angariar nossos sócios. Atualmente, a associação possui 500 associados e pretende chegar a mil até o final deste ano. Santa Mônica Centro Educacional, Mercadão de Madureira e o Shopping Pólo 1 foram algumas das instituições parceiras que enviaram representantes para prestigiar a festa. Também estavam presentes personalidades importantes para o bairro, como o síndico do Pólo 1, Mauro Tinoco; Amauri Gomes, do Império Serrano; Pedro Faria, da Portela; Paulo Monteiro, do Lions Club e Elias Duba, presidente do Madureira Esporte Clube.
O secretário estadual de Fazenda do Rio, Joaquim Levi, ressaltou a importância da pequena empresa na economia do estado e o esforço que o governo vem realizando para o crescimento econômico das atividades comerciais. Já o deputado federal Otávio Leite e o deputado estadual Domingos Brasão criticaram as dificuldades enfrentadas pelo pequeno comerciante.
O senador Francisco Dornelles não pôde comparecer à comemoração e foi representado pela ex-deputada federal, Laura Carneiro. Policiais militares, entre eles o subcomandante do 9º BPM (Rocha Miranda), Marcos Vinícius Bonfim de Lima, foram homenageados pelos bons serviços prestados à comunidade. O comandante do 9ºBPM, coronel Batalha, disse que desejaria dar como presente à Madureira e aos outros 24 bairros sob o seu comando na região, uma atuação mais ativa na segurança e continuar baixando os índices de roubos.
Um dos parceiros da ACM, professor Albano Parente, presidente da rede escolar Santa Mônica Centro Educacional, disse que seus colégios fazem parte da história do bairro. A rede tem unidades em Madureira, Cascadura e Bento Ribeiro. “Nós prestamos serviços à comunidade há mais de 30 anos. Não somos comércio, mas fazemos parte da história da Zona Norte, e estar presente nesse evento é uma forma de crescer e fortalecer nossos laços”, acredita Albano.
Uma das pessoas que compõem o cenário esportivo do bairro há 17 anos é o presidente do Madureira Esporte Clube, Elias Duba. “Sou nascido e criado em Madureira. Minha atuação no bairro vem desde que nasci. Hoje, além de ser presidente do clube, também sou comerciante. Prestigiar Madureira para mim é um prazer, minha história está aqui”, confidenciou, orgulhoso.
GRAFISA - A Gafisa Empreendimentos Imobiliários patrocinou o evento e divulgou o lançamento do “Madureira Centro Empresarial”, complexo que dará oportunidades para a expansão do comércio no bairro. O edifício, que vai abrigar o novo complexo empresarial do bairro, terá 192 salas e será construído no coração de Madureira, um dos bairros de maior concentração comercial do Rio. Para a empresa, essa parceria com a associação é importante pois Madureira tem um poder de crescimento muito grande. “Esse é nosso primeiro de muitos anos juntos. Nosso desejo é ajudar na economia do bairro, dando cada vez mais oportunidade para novas parcerias com a associação”, afirmou o representante de marketing da região sudeste da Gafisa, Sérgio Alves.
Hino ao querido Jiló (Marcus Lotfi)
no imenso painel da central
É gente de todos os cantos
e modos e cores, já viu
Um mar de multidão, é o Brasil..
.
Não sei nem preciso saber
O que essa gente vai fazer
Eles fazem claro no breu
É o povo, é a Zona Norte, é gente como eu...
.
Enquanto esse povo dissolve na dura cidade
Eu fico trancado na ingratidão do PC
Com a fome que eu tenho de saber.
.
Me senti cada vez pior
Coração aflito que só
Até que na hora do rango
Pro meu paladar suburbano chegou o Jiló.
.
Informação vem de cadeira
É Madureira na apuração
É a equipe esverdeada
Não é Palmeiras, nem Timão.
.
É o Jiló de botequim
É o pé descalço no salão
É o jornalismo de verdade, assim
É um jornalismo pé no chão
-*-
APAIXONADO PELO SUBÚRBIO E POR JILÓ
Texto: Thayná Carvalho (1º período)
O estudante de Comunicação Social, músico e compositor Marcus Lotfi, 24 anos, morador da Zona Norte, gravou na manhã desta sexta-feira (22/05) o ‘Sambinha do Jiló’. A música foi composta em fevereiro deste ano quando Lotfi, que cursa o 8º período de Jornalismo, soube do nascimento do blog. Torcedor do América e da Portela, ele trouxe o mais novo hit para o NUCOM, que será transformado em clip musical pelo editor da TV Estácio Madureira, Léo Vieira. O Sambinha do Jiló mistura samba e informações sobre o dia a dia no subúrbio. A letra começa falando da hora no relógio da Central do Brasil. Em entrevista ao JILÓ PRESS, o cantor expõe seu pensamento sobre o samba, sua vida e, principalmente, sobre o Jiló.
JILÓ PRESS – Como é falar da Zona Norte?
LOTFI – É a minha vida. Fui morar com meus pais na Barra da Tijuca e passei seis meses no campus Tom Jobim. Mal conhecia meus vizinhos. Não consegui largar a Zona Norte. Morei três anos lá, trabalhando em Botafogo e estudando no campus Madureira. Cansei de realizar diversos trabalhos de faculdade em ônibus. Depois de casado, vim morar aqui e, após uma semana, conheço todos os moradores, inclusive já obtive ajuda de um deles na colocação da minha cortina – diz, aos risos.
JILÓ PRESS – O que é a música para você?
LOTFI – Comecei a tocar violão com oito anos de idade. Fiz três anos de aula e o resto eu fui aprendendo ao buscar sempre a minha perfeição. Sou músico profissional desde 2000, quando tinha 15 anos e até hoje, me orgulho disso.
JILÓ PRESS – Como surgiu a idéia de fazer o samba?
LOTFI – O professor Ricardo França me ligou para perguntar sobre vídeos e acabou surgindo essa idéia. Ele queria um hino, uma representação musical do site. Unindo Zona Norte, informação e Jiló, só poderia sair um samba. Uma proposta desafiadora. Uma hora depois, retornei a ligação com o samba pronto. A minha maior inspiração veio do fato de eu fazer parte da história do Jiló e da experiência na área musical. Estarei sempre pronto para ajudar.
JILÓ PRESS – Como foi essa experiência?
LOTFI – Maravilhosa. Jiló é um resultado de um trabalho grande, do qual me orgulho. Quando me pediram para fazer o samba, aceitei na hora.
JILÓ PRESS – O que o Jiló representa para você?
LOTFI – Comecei no Zunido dando dicas de estágios. Quando fui convidado para começar como colaborador, aceitei e abri um caminho para o mercado de trabalho. Besteira quem fala que trabalhar de graça não dá futuro. Se hoje tive méritos de estágios grandes, devo isso tudo ao que aprendi lá. Um exemplo bacana de citar foi para o processo seletivo de estágio da IRBE Brasil S.A. Das 50 pessoas que concorriam para uma vaga apenas, eu entrei pela minha imagem feita pelo Jiló. O crédito é dado de forma certa a quem merece e busca por onde, independente de onde cursa ou o que faz para levar a frente esse trabalho.
JILÓ PRESS – Dicas para quem começou agora ou pretende criar novos horizontes.
LOTFI – A palavra certa é esforço. Trabalhar, correr atrás. O Jiló é um começo de muitos caminhos. Ele abre inúmeras portas, as quais ninguém imagina. Começa como colaborador e, sem perceber, o estágio te chama. Só tenho a agradecer.
JILÓ INDICA: Marcus Lotfi se apresenta todas as quintas-feiras no Bar do Fabiano, na Taquara. O endereço é Rua Salinópolis, em frente à Estrada dos Mananciais, de 19h às 23h. E, aos sábados, em Vila Valqueire, no Shopping Center Paint, no mesmo horário. Telefones: (21) 9322-0791 e (21)3079-2894. Orkut: Marcus Lotfi; msn: marcus.lotfi@hotmail.com
Duas semanas após concluirem o curso de radiojornalismo do Projeto Repórter Comunitário, cinco jovens retornaram aos estúdios do Jiló Press para gravar um programa valendo de verdade: a segunda edição da Rádio Jiló, que foi ao ar nesta quinta-feira (21/05). Sob a coordenação da estagiária da Mídia Impressa, Andrezza Henriques (6º período),
Augusto Cézar, Monize Monteiro, Igor Maia, Talita Magalhães e Pedro Cruz gravaram as notas com responsabilidade e estilo. Eles ficaram encantados ao saber que suas notas estariam na Rádio Jiló, pois durante o curso os jovens gravaram notas como exercício para o professor Marcelo Sosinho. Hoje, eles puderam pôr em prática as técnicas que adquiriram.
A Associação Comercial de Madureira vai oferecer um almoço nesta sexta-feira (22/05) para comemorar seus 54 anos e, também, os 397 anos de Madureira. Cerca de mil convidados vão participar da festa entre empresários, comerciantes, lojistas da região e pessoas importantes para a comunidade como o subprefeito da Zona Norte André Santos.
Texto:Paloma Viricio / Técnicas de Reportagem - Equipe Rubi.
Foto: Divulgação.
Para os amantes dos desenhos japoneses(Anime) e seguidores da cultura Japonesa e afins, uma boa dica para diversão é o evento Anime Mania Review.
Evento que será realizado nesse dia 24 de Maio (Domingo), no América Futebol Clube, localizado na Rua Campos Sales, 118 - Tijuca (Próximo ao Metrô Afonso Pena). O encontro terá início às 11h e seguirá até às 19h.
O objetivo da realização do Anime Mania é reunir e divertir pessoas que tenham interesse em comum pela cultura Japonesa. Os ingressos podem ser adquiridos no dia e no local do evento por R$13,00. Entre as principais atrações estão: apresentações de teatro Cosplay, Animekê livre, exibição de filmes e desenhos japoneses, dentre outros.
“Os eventos de Anime e Cosplay em geral, são interessantes porque trazem um pouco de conhecimento da cultura japonesa para os jovens do Brasil”, afirma animado Douglas Santos, integrante do grupo de teatro Cosplay Degeneration.
O evento é promovido há três anos pelo Image & Vision Art Cult, equipe que realiza eventos voltados à temática de quadrinhos e desenhos animados japoneses em todo Rio de Janeiro.
Para mais informações clique aqui.
por Tiago Gomes - Equipe Ônix
A Universidade Estácio de Sá de Madureira realiza neste sábado, dia 23 de Maio, em seu auditório, o III Fórum de Comunicação Empresarial que terá início às 9 hrs e tem o seu término previsto para 13 hrs.
A Universidade visa com este fórum o fortalecimento da comunicação dentro do meio empresarial. O tema abordado será “Novas Tecnologias na Comunicação Empresarial”, e comunicadores de diversas empresas estarão palestrando e debatendo o assunto.
Esta é a terceira edição do evento, que nos anos anteriores superou a expectativa dos alunos e surpreendeu os palestrantes.
Para maiores informações:
Paulo Ribeiro
Campus Madureira - Curso Comunicação Social - Coordenador Agência Sapiens
(021) 2488-9064/65 -Voip. *014 9064/65
Segue abaixo um breve roteiro do evento.
Torcida não ganha jogo!
Fluminense 2 x 2 Corinthians
Corinthians classificado para as semi-finais!
Copa do Brasil - Semi-finais
Corinthians x Vasco
Coritiba x Internacional
O blog Casos de Cidade, do EXTRA, publica nesta quarta-feira (20/05), matéria sobre o início do terceiro módulo do Projeto Repórter Comunitário e exibe dois vídeos da TV JILÓ, do blog Jiló Press, produzidos pela estudante de jornalismo de Madureira Talita Paranhos (2º período).
Mais informações, acessar os links do EXTRA abaixo:
Enviado por Clarissa Monteagudo - 20.5.2009 15h53m
Jovens de 18 escolas serão novos repórteres
Veja o clima de festa dos alunos na aula inaugural.
Veja o depoimento da estudante Monize Oliveira, de 14 anos, que também edita um jornal em sua escola.
DICA CULTURAL
Com o distanciamento das figuras do museu, da placa egípcia que lhes dava vida, os amigos de Larry deixariam de existir, e, além disso, a mesma placa seria enviada para o maior e mais visitado museu do mundo o Smithsoniano e passará então a dar vida a mais de 142 milhões de itens deste.
14h10, 16h30, 18h50, 21h10
Texto e foto: Cássio Cornachi - Técnicas de Reportagem - EQUIPE RUBI
GENTE NOSSA
ENTREVISTA COM CÍCERO PEREIRA
Cícero Pereira, 56 anos, músico. Ele é o foco de nossa entrevista hoje. Há 24 anos lecionando música em Turiaçu, Cícero, mais conhecido como Pereira, é considerado um ícone no bairro. Sempre com um sorriso estampado no rosto e esbanjando talento, sem dúvidas representa o que é o povo da Zona Norte. Ele se considera um andarilho, nasceu no Engenho da Rainha, passou por Oswaldo Cruz, Austin, São Cristovão e atualmente reside na Estrada do Otaviano 285, mesmo endereço onde ensina teclado, cavaquinho, violão, bateria de jazz, guitarra e contra-baixo, de segunda a sexta, das 14 às 22 horas.
Jiló Press: Quando surgiu a paixão pela música?
Pereira: Desde sempre, nasceu comigo. Sempre vivi na música, ia pra escola e carregava o violão. Uma senhora que vem aqui, Dona Virgínia, não entende o que a música representa pra mim, inclusive os parentes também não entendem, são pessoas normais, não tem a sensibilidade para sentir isso. Não sinto prazer em sentar com os amigos pra conversar se não estiver com meu violão. Por exemplo, é como um aniversário, eu vou lá mas não fico por muito tempo, mas se eu tiver lá, parar e tocar, posso ficar até 5 dias. Quando era pequeno eu andava com quem era ligado a música, ficava até as 4 da manhã no portão tocando violão. Onde eu for levo o violão.
Jiló Press: Adquiriu maior respeito das pessoas depois que começou a lecionar?
Pereira: Existem vários mundos dentro do mundo. Dois deles são mais percebidos: o material e o espiritual. Somente os que fazem parte do espiritual dão valor à música e ao músico. É como amar, o rapaz está lá com os amigos, passa uma mulher bonita e se ele disser que a ama não é bem visto pelos amigos, mas se disse que não ele será mais respeitado. Assim como o amor não é visto como uma coisa boa, a arte e quem vive da arte também sofrem discriminação. As pessoas gostam de falar de posses.
Jiló Press: Como é a relação com os alunos?
Pereira: Difícil. Já chegam com uma certa idade, chegam para executar e não para aprender, o convívio é complicado, principalmente nos primeiros meses. Procuram a música por diversão e não por aprendizado.
Jiló Press: Quando decidiu dar aulas de música e por quê?
Pereira: A decisão de passar o aprendizado surgiu quando eu tive a certeza dos benefícios que a música me trouxe. Eu senti vontade de lecionar, é muito satisfatório ver as pessoas conseguirem o que você conseguiu. Me sinto bem fazendo-as se sentirem felizes.
Jiló Press: Com o crescimento do funk, há perda ou ganho de identidade para o Brasil, que é conhecido pelo Samba e MPB?
Pereira: O funk não é música. É um elemento da música. A música é dividida em três partes: harmonia, melodia e ritmo. O funk é o ritmo. O que causa tristeza para os músicos é que uma parte dos que tocam esse ritmo abusam do apelo sexual e do estímulo a violência. Mas o funk não causa perdas, ele não tem culpa de ser usado dessa forma.
Jiló Press: Você, de certa maneira, é responsável pela formação do caráter dos mais jovens que aqui estudam. Procura passar pra eles um pouco do seu conhecimento sobre a vida?
Pereira: É claro. A música é fundamental nisso, a primeira comunicação de um ser com o outro é através do som, da fala. A criança escuta a mãe cantando. A base da escola de música é a educação, o respeito e o comportamento.
Jiló Press: Tem alguma composição gravada?
Pereira: Várias. Eu tinha uma banda, a Banda Rabo de Saia, nós lançamos um LP em 1985, em Lisboa (Portugal), nosso público era maior na Europa, porque lá o público sempre foi mais profissional, aqui é mais amador. O intérprete de samba Rico Medeiros gravou uma música minha, chamada Feliz por um dia, eu gravei uma também, de autoria minha, Imaginário Super Som, ela é assim '... eu criei um mundo novo, imaginário super som, vibrando com a fabulosa super quinta dimensão...'.
Jiló Press: Acredita que a inserção de jovens moradores de áreas consideradas de risco em programas de inclusão digital seria o passo principal para a diminuição da violência no estado?
Pereira: Claro, principalmente na música. Mais do que no futebol, o futebol é mais atlético, é excelente, porém atlético, 80% do futebol é físico, na música é diferente, 80% é espiritual. Essa é a diferença.
Jiló Press: Como músico, o que te deixa mais feliz e o que te deixa mais triste?
Pereira: O que me deixa mais feliz é saber que as pessoas que tem sensibilidade conseguem entender o sentido da música e levar paz, amor e felicidade para todos. E o que me deixa mais triste é que poucas pessoas tem sensibilidade para entender a mensagem que a música passa.
Jiló Press: E como professor? O que te deixa mais feliz e o que te deixa mais triste?
Pereira: Fico feliz quando consigo ver uma pessoa chegar sem conhecimento sobre música e, em pouco tempo, vê-lo ter o sonho de tocar realizado. E fico triste quando alguem talentoso renuncia a esse talento, renuncia a uma coisa tão rica como a música.
Jiló Press agradece o carinho e respeito e deseja felicidades a você, Cícero Pereira.
Pereira: Desejo muitas felicidades a todos e que seus sonhos se realizem. E que o estudo dê toda a felicidade do mundo para vocês.
COM UM PÉ NO MERCADO
A reportagem da estudante Elaine Neves (foto) e Victor Chrisostomo, alunos da disciplina de Técnicas de Reportagem (manhã), da equipe ESMERALDA, campus Madureira, foi publicada nesta terça-feira no blog 'De Lan em Lan', que faz parte da blogsfera do jornal EXTRA. A dupla compõe o time de repórteres do Jiló Press. Clique aqui para acessar: Lan houses dominam a Zona Norte

Senhores, sabemos que torcida não ganha jogo, se ganhasse, o Flamengo seria campeão brasileiro todo ano e Corinthians vice! Mais ajuda, e muito!
Todas as torcidas têm sua beleza. Eu disse todas! Por causa disso, amigos tricolores me mandaram por e-mail como será realizada a grande festa tricolor no Maracanã amanhã. Já está divulgado nos veículos de comunicação esportivos. E o A Bola e o Gol também fará sua parte.
Vale lembrar de algumas festas recentes da torcida do Fluminense.
Foto: Efraim Fernandes
PARA LANÇAR UM JORNAL ESTUDANTIL
A FAETEC esteve em peso na aula inaugural do módulo de TV do Projeto Repórter Comunitário. Felipe Santiago e Lucas Pereira, que fazem parte do grêmio estudantil Revolução República, divulgaram o curso para os demais alunos, pois têm o interesse em lançar um jornal na FAETEC.
Ao todo, compareceram 9 alunos da escola. Gabriela Macedo, de 16 anos, mora na Praça Seca, está no 1° ano e pensa ser jornalista. “Gosto de pesquisar, quero ser repórter ir à rua”, afirma. Já Rodolfo Ribeiro, de 17 anos, que está no 3° ano do 2° grau, quer ser publicitário. “Penso em ser publicitário, mas é importante conhecer tudo, por isso me interessei por esse curso”, explicou.
O apresentador Octávio Degani e as estudantes-repórteres Yáskara Paz e Suellen Sunquim foram convidadas pela professora a falar um pouco do que eles aprendem no Núcleo Prático de Comunicação (Nucom). Em seguida posaram para a fotografia da turma homenageando o jornal EXTRA, que, nesta segunda-feira publicou reportagem de página inteira sobre o projeto. Após a aula - que teve a cobertura da TV Estácio e do Jiló Press - eles visitaram o Nucom, conheceram o estúdio de TV, a ilha de edição, a redação do Jiló Press e a agência Sapiens.
JORNAL EXTRA - Um dos jovens que ingressou hoje no ciclo do projeto foi Thiago Menezes, 21 anos, morador de Quintino e estudante do Colégio Supletivo C CAMPI, em Madureira. "Soube do curso ao ler a matéria no jornal Extra. Tenho amigos que fazem jornalismo na Estácio, vou me formar no próximo semestre e quero fazer jornalismo também. Adoro televisão e impresso, sei que é isso que eu quero”, disse, convicto.
MÃE DE PEIXINHO...REPÓRTER É...
A estudante Gabriella Alves do Rego, 13 anos, da Escola Municipal Acre, no Méier, veio com sua mãe, Ana Maria Alves do Rego, para assistir sua primeira aula. Ela ficou sabendo do curso pois seu tio leu a reportagem feita pelo Extra. “Acho muito boa essa iniciativa, ela sempre gostou muito de ler e de falar e essa é a oportunidade de ela saber se é isso mesmo o que quer”, avaliou.
ESTUDANTE EDITORA DE JORNAL DE ESCOLA MUNICIPAL QUER SER JORNALISTA
VETERANOS DO PROJETO CURSAM O TERCEIRO MÓDULO SEGUIDO
Profissionais do futuro
A notícia vista pelos jovens
Alunos de escolas públicas da Zona Norte aprendem os segredos do jornalismo e se tornam repórteres comunitários
Clarissa Monteagudo
Clarissa.monteagudo@extra.inf.br
Eles já entrevistaram Rodrigo Lombardi, O Raj, galã do momento da novela “Caminho das Índias”, editam um jornal, conhecem a linguagem de rádio, planejam o lançamento de um blog e compõem raps. Donos de experiências profissionais variadas, os repórteres desse grupo não são jornalistas profissionais. Ainda. Eles nem atingiram os 18 anos, mas brincam que vão “conquistar o mundo”.
Curso em três partes
Busca por qualidade
-Eles são motivados. Na aula sobre entrevistas, você os via com olhos brilhando. O retorno é maravilhoso. Não tem preço.
‘O curso caiu do céu na minha vida. Não acreditei ’
Pedro Cruz, 17 anos, estudante
O curso caiu do céu na minha vida. Não acreditei. Sonhava ser apresentador de TV, mas já pensava em fazer pedagogia. Fiz o módulo de mídia impressa e me apaixonei. Quero lançar um blog voltado para os jovens estudantes. As pessoas têm uma idéia errada sobre o que o jovem gosta. Não queremos superficialidades.
Olho vivo no dia a dia da comunidade
O terceiro módulo do projeto Repórter Comunitário, sobre TV, vai ser iniciado amanhã. É a universidade vai manter o programa, abrindo novas turmas. Quem concluiu dois módulos já aprendeu o gostinho de uma reportagem exclusiva. Pedro Cruz entrevistou Xuxa para o Jiló Press, o blog multimídia da Agência de Notícias Zunido, gerenciada pelos alunos da universidade. – Descobri que quero trabalhar em jornal. Adoro mídia impressa. – diz Pedro.
O foco do blog é a Zona Norte. Nada que acontece na região escapa ao olhar atento dos repórteres do Jiló.
Foco no bairro
-Chegamos às 4h da manhã para cobrir a Alvorada de São Jorge. Se acontece algo no shopping, estamos atentos. No campus, o pessoal já nos conhece. Dizem: ”lá vem o Jiló.” – conta Andrezza Henriques, de 21 anos, estudante do 6º período.


TV JILÓ. Texto, foto e vídeos: Marcos Benjamin (5º período) / Supervisão: Prof. Ricardo França
A cozinheira Dulcinéia da Cunha Nascimento, chefe da feijoada do Império Serrano, tem um ingrediente secreto imbatível que reforça o tempero e dá o caldo de uma das feijoadas mais famosas do mundo do samba: "Carinho, amor e dedicação". Essa é a receita do sucesso de Tia Néia, como é chamada pelos imperianos. Uma vez por mês (sempre no terceiro sábado), ela lidera uma força tarefa de 17 cozinheiros para preparar e servir a feijoada do império a cerca de 2000 pessoas. A tarefa, confessa, não é fácil: "Comandar um grupo desse é difícil, porque tem muita mulher, só tem dois homens", explica, argumentando que os homens são mais fáceis de serem chefiados.
Segundo Tia Néia, que está à frente da feijoada há quatro anos, no início preparava a comida para 200 pessoas. Depois, para 400. Hoje, ela alimenta um exército verde-e-branco faminto de "amor, carinho e dedicação". Para isso, conta com dois fogões industriais: um de quatro e outro de seis bocas, muitas panelas gigantes e centenas de pratos, garfos e facas. O trabalho começa três dias antes, quando põe as carnes de molho, sempre na quinta-feira anterior. Ontem, durante a entrevista ao JILÓ PRESS, Tia Néia e equipe estavam 24 horas sem dormir. "Já acostumamos o nosso organismo para isso, no final vale a pena ver que as pessoas gostaram", justifica o sacrifício.
TONELADA - Tia Néia revela que são cerca de 600 quilos de carne que vão para as panelas imperianas. "São 150 kg de carne seca; 120 kg de lombo; 120 de costela; 100 de linguiça; e outros 200 de outras carnes. Fora os 70 kg de feijão, 70 de arroz e 70 de farinha", conta, somando cerca de 700 quilos. Neste sábado (16/05) foram consumidos cerca de 1 mil pratos. Teve gente que voltava na fila. Amada por todos no Império, Tia Néia, que mora em Benfica e chegou no império para trabalhar como babá do neto da ex-presidente Neide Coimbra, ficou famosa. Ela que um dia também já foi faxineira da escola. Nesse período em que está à frente da feijoada imperiana, o seu tempero já saiu em jornais e revistas, com sua foto em páginas inteiras, a exemplo da Revista Época e Jornal do Brasil. Tia Néia teve o talento reconhecido.
Texto e foto: Marcos Benjamin (5º período) / Supervisão: Prof. Ricardo França

Cobertura Grande Prêmio de Atletismo
Texto, fotos e vídeo: Talita Paranhos (2° Período)
Na corrida de 400 metros com barreiras, a vencedora foi a atleta de Trinidad e Tobago, Josiane Lucas, com 55 segundos e 54 centésimos. As brasileiras ficaram em segundo, terceiro, quinto, sexto, sétimo e oitavo lugares. Já na prova masculina, o ganhador foi o brasileiro Marcos Suguimate, com 49 segundos e 42 centésimos. Na prova masculina de salto em distância, o vencedor foi o cubano Ebraim Camejo, com 7m e 93cm. O brasileiro Joabson Nascimento garantiu o quarto lugar, com 7m e 57cm. Nos 3 mil metros masculino, o ganhador foi Ramagare, da Etiópia, com 8 minutos 20 segundos e 55 centésimos. Outras provas como corrida de 100, 200 e 800 metros; salto com vara, lançamento de disco, arremesso de peso, lançamento de dardo, salto triplo e 110 metros com barreiras, foram disputadas simultaneamente.
Sheila de Oliveira, moradora de Guadalupe, é mãe da atleta Evelyn Carolina, de 24 anos, que cursa Jornalismo na Universidade Castelo Branco. Ela disputou as provas de 100 e 200 metros. Para Sheila é muito importante ter eventos como esse aqui na Zona Norte. “Porque faz com que as pessoas fiquem mais juntas dos nossos atletas”, diz ela. Sheila contou que sua filha está no 8° período, mas já era pra ter se formado há 4 anos. Mas, como ela viaja muito para competir, principalmente para São Paulo, ainda não conseguiu terminar. Segundo Sheila, em São Paulo é mais fácil de conseguir patrocínio.
Policiais Militares e Guardas Municipais fizeram à segurança do local, para garantir às famílias uma ótima manhã de competições, sem problemas.
Os assistidos Benedito dos Santos (43), Alan de Oliveira (56) e Aloízio Bernardo (56) na varanda dos dormitórios
Instituição religiosa, chamada Toca de Assis, prova que o assistencialismo não é a melhor maneira de recuperar a cidadania de moradores de rua
Texto e fotos: Paulo Fernando Maia / Projeto Experimental I / Campus Bispo
Muita gente não acredita, mas é possível reintegrar à sociedade uma pessoa que mora na rua. A Fraternidade de Aliança Toca de Assis, Instituto dos filhos e filhas da pobreza do Santíssimo Sacramento, é uma instituição ligada à Igreja Católica que tem dado bons exemplos de recuperação da cidadania de homens e mulheres que viviam em situação de mendicância, com trabalhos que vão desde a assistência emergencial até a conquista de um emprego.
Atuando no Terceiro Setor há 15 anos, a Toca de Assis está presente em diversos estados do Brasil com mais de 100 casas de acolhimento. Ela atua também no Equador, na Colômbia e em Portugal, sempre com o objetivo de transformar a realidade social e não apenas alimentar ou agasalhar os mais pobres. Apesar de ser dependente de doações, a instituição tem conseguido oferecer serviços mais qualificados do que alguns órgãos públicos.
“Hoje eu sou feliz, muito feliz. Devo minha vida aos irmãos que me acolheram aqui”, afirma Benedito dos Santos, de 43 anos, que é morador da Toca de Assis há quase quatro anos. Em 1986, Benedito veio do Maranhão para passear na casa de um tio, em Anchieta, na Zona Norte do Rio, mas resolveu ficar. “Não tinha nem ideia do que ia me acontecer pela frente”, comenta.
Assim que conseguiu um emprego como ajudante de pedreiro, mudou-se para uma hospedaria em São Cristóvão, na região da Leopoldina. Porém, os serviços temporários sempre o obrigavam a mudar os planos. “As obras acabavam e eles demitiam todo mundo”, afirma Benedito, que também já trabalhou como auxiliar de serviços gerais.
De obra em obra, o ajudante de pedreiro passou por 11 empresas, até que não conseguiu arrumar mais trabalho. Sem dinheiro para pagar o aluguel da hospedaria, ele foi morar na rua. Ao final de quase seis anos de mendicância, Benedito foi agredido com uma paulada na cabeça e com uma machadada no pé por bandidos de uma favela do bairro de São Cristóvão.
Parecia ser o fim da trajetória do maranhense, que abandonou a família em busca de trabalho, não fosse o encontro com os religiosos da Toca de Assis. Com duas feridas infeccionadas, ele foi encaminhado pelos irmãos para o hospital, de onde só saiu para a sede da Toca, em Madureira, na Zona Norte do Rio.
“Hoje sou auxiliar de serviços gerais de uma rede de supermercados. Fui contratado com carteira assinada”, conta Benedito, que tem planos de alugar uma casa para que a vaga que ocupa na Toca seja cedida a outra pessoa que ainda mora na rua. “Arrumei até uma namorada, mas, por enquanto, não podemos morar juntos”, revela o maranhense.
MORADORES DE RUA SÃO LEVADOS PARA SEREM TRATADOS EM HOSPITAIS
Uma vez por semana, os religiosos da Toca de Assis percorrem as ruas da cidade com o trabalho de pastoral. Eles fazem uma triagem e encaminham os mais doentes para o hospital mais próximo. Um dos religiosos acompanha o morador de rua até que seja liberado pelo médico. Se houver vaga nas casas de acolhimento, o assistido não volta para a rua e passa a morar na Toca até ser reintegrado à sociedade.
Joabe José (28) e seu Cipriano Nascimento (80), um dos assistidos cegos da Toca
Os outros moradores de rua recebem um tratamento de higienização. Os religiosos levam para o trabalho de pastoral um trailer adaptado a uma pick-up onde há um banheiro, um chuveiro e instrumentos para cortar cabelo, cortar as unhas e fazer a barba dos assistidos que, ao final, recebem roupas limpas e alimentação.
NECESSIDADES - Para o Irmão Joabe José, responsável pela sede, a Toca de Assis não faz caridade apenas. “O nosso trabalho consiste primeiro em atender a pessoa na necessidade emergencial, como alimentação, higienização e atendimento médico. Depois começamos todo um trabalho de Assistência Social, tentando restabelecer contato com a família, retirando segunda via de documentos de identidade e CPF e, por fim, arrumando emprego para que ela possa ser reintegrada à sociedade”, afirma o religioso.
TOCA DE MADUREIRA ABRIGA 70 EX-MORADORES DE RUA
Na maior casa de acolhimento, moram 70 ex-moradores de rua. Desse total, alguns não falam, outros não enxergam. Há também quem dependa totalmente dos cuidados de um dos 11 religiosos que, como Joabe, abandonaram a família para viverem na Toca.
Só na região que engloba o Rio de Janeiro, há 16 casas da Toca de Assis, onde os religiosos cuidam de moradores e ex-moradores de rua. Já a prefeitura do Rio possui 6 centros de recepção, sendo apenas 1 destinado a adultos.
PREFEITURA: 1.900 PESSOAS MORAM NAS RUAS DO RIO
Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social, em 2008, a prefeitura do Rio contabilizou pouco mais de 1900 pessoas vivendo em situação de rua. Desse total, cerca de 500 são assistidas por 90 religiosos da Toca de Assis. “Nossa missão está sendo cumprida. Seria muito bom que os órgãos competentes cumprissem também com o dever deles. Assim todos sairiam ganhando”, afirma Joabe.
A organização foi fundada em 13 de maio de 1994 por um seminarista chamado Roberto Lettieri, que decidiu cuidar das pessoas que moravam nas ruas de Campinas, em São Paulo. Hoje o padre Roberto administra a Fraternidade com outras centenas de jovens que, desde os primeiros dias, abraçaram a causa dos miseráveis.
AMPLIAÇÃO DOS SERVIÇOS: FISIOTERAPIA
Para que os trabalhos oferecidos pela sede sejam mais qualificados, Joabe implementou um projeto de reestruturação da casa. “Vivemos de doações e muitas vezes não sobra muito dinheiro para fazermos melhorias na casa. Mesmo assim, quero pôr em prática meu projeto que prevê a ampliação de toda essa estrutura e a reforma do que já existe para atender mais e melhor a quem precisa”, completa o irmão.
O projeto prevê ainda a compra de equipamentos de fisioterapia novos e a adequação das instalações aos portadores de deficiência física. A meta é iniciar as obras em um prazo de dois anos.
A Toca de Assis é dependente de doações, que são feitas em dinheiro ou em suprimentos. Há ainda um convênio, firmado em parceria com a Arquidiocese, que prevê a doação de R$ 10 mil mensais pela Prefeitura do Rio para a sede da organização. Porém, para suprir as necessidades e manter as contas em dia, os religiosos vendem artigos personalizados, como camisetas, livros, terços e até doces nas centenas de paróquias do Rio de Janeiro. A instituição conta também com o apoio de voluntários.
VIDA RELIGIOSA
Abandonar tudo para viver em função dos pobres. Essa foi a decisão que o ex-professor de Biologia Victor Dantas, de 28 anos, tomou depois de se sentir “tocado por Deus” para largar o 8º período da faculdade de Psicologia e o casamento de três anos.
No dia 21 de fevereiro de 2003, uma nova fase se iniciou na vida de Dantas, que passou a se chamar Joabe José e a fazer votos de castidade, obediência e pobreza. Há seis meses, ele é o responsável pela sede da Fraternidade de Aliança Toca de Assis, em Madureira.
“Quando o amor de Deus nos conquista, não aceita um não como resposta”, afirma Joabe, referindo-se ao chamado para servir a Deus que recebeu quando ainda era casado.
Ele e a namorada, Cléa dos Santos, na época com 20 anos, moravam em Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, e casariam em 23 de novembro de 2000, mas no dia da cerimônia, a mãe da noiva faleceu e o casamento teve que ser adiado. “Adiamos a cerimônia na igreja porque a Cléa não estava em condições psicológicas de participar”, conta Joabe. Mesmo assim, um mês depois, os dois casaram-se no civil.
Com nove meses de casamento, uma gravidez fez com que o casal remarcasse a cerimônia religiosa, mas três dias antes, Cléa perdeu a criança, que se chamaria João Victor, e o evento na igreja teve que ser adiado mais uma vez.
CONVITE - Durante uma missa, os dois foram convidados a serem colaboradores da Toca de Assis. Foram doadores por vários meses, até que um dia, quando dormiam em casa, Cléa acordou no meio da madrugada e disse que não podia competir com o amor que o marido sentia por Deus. “Ela já estava sentindo que eu havia sido tocado por Deus. Eu chorei muito e disse a ela que sentia uma coisa muito forte dentro de mim e não sabia explicar direito o que era”, disse Joabe.
O casal se separou e, 15 dias depois, Victor entrou para a Toca de Assis. Com 20 dias de vida religiosa, Cléa ligou para ele e disse que entraria para um convento de freiras Carmelitas, no Rio Grande do Sul. Até hoje, a ex-esposa de Joabe vive enclausurada e só pode receber visita uma vez por ano.
“Hoje sou pai de 70 filhos”, afirma o religioso, que se diz extremamente realizado com a vida que tem. “Não me falta nada. Tenho Jesus ao meu lado”, revela José.
Depois que entrou para a Toca de Assis, ele já morou em Fortaleza, São Paulo e Minas Gerais. Hoje no Rio, coordena a reestruturação da sede da instituição e aplica, no cuidado aos assistidos, técnicas que aprendeu na época da faculdade de Psicologia. “Minha maior alegria é amar os meus irmãos em plenitude, sabendo que eles não vão me dar nada em troca”, afirma o religioso.
DEVOÇÃO: PARA AJUDAR OS POBRES É PRECISO ABDICAR DE TUDO
Para se tornar Irmão consagrado, Joabe percorreu uma longa trajetória por cerca de seis anos, período que compreende a formação religiosa daqueles que desejam fazer parte da instituição. Hoje os votos de pobreza, obediência e castidade, chamados de votos evangélicos, são os parâmetros de vida do ex-professor. “Não é sacrifício, nem tortura nenhuma fazer castidade. A coisa mais difícil para o ser humano acostumado à vida do mundo é amar o próximo, tanto que esse é o maior mandamento da Lei de Deus”, diz Joabe, que revela ter tido uma vida normal e sem grandes confortos antes de entrar para a vida religiosa.
Quem deseja se tornar um membro da Toca de Assis deve largar tudo o que tem para viver em função dos pobres que moram nas ruas. Para José, o trabalho consiste em recuperar o verdadeiro valor dos que sofrem na miséria. “Nosso objetivo é fazer com que essas pessoas enxerguem que dentro delas há algo de bom, que elas são capazes de fazer tudo o que querem, que elas são fortes o suficiente para lidar com as dificuldades e que, ao contrário do que dizem por aí, não são o lixo da sociedade”, completa o religioso, que considera fundamental um trabalho de recuperação da auto-estima dos assistidos.
A FORMAÇÃO
• 1 ano vocacionado externo
• 4 dias de retiro espiritual
• 8 meses a 1 ano de vocacionado interno
• 1 ano de aspirantado
• 1º ano de postulantado
• 2º ano de postulantado
• 1 ano de noviciado
VISÃO DA TOCA
A Fraternidade de Aliança Toca de Assis tem como visão organizacional a conscientização de todas as instâncias de governo, assim como de toda a sociedade, sobre os cuidados aos pobres; que o exemplo por ela oferecido sirva para se compreender a melhor forma de lidar com o problema da existência de pessoas morando nas ruas.
MISSÃO DA TOCA
A Fraternidade Aliança Toca de Assis tem como missão organizacional o acolhimento aos pobres para oferecer-lhes assistência emergencial, social e religiosa, com vistas à reintegração de cada sujeito à sociedade por meio do resgate da dignidade, do respeito, dos direitos e da identidade de cada morador de rua assistido.
CULTURA ORGANIZACIONAL DA TOCA
A vida religiosa na Toca de Assis é inspirada na espiritualidade franciscana, segue crenças, ideologias e valores católicos e é pautada em três votos evangélicos: pobreza, obediência e castidade. Todos os membros seguem um código de ética, que é o Estatuto Social da Toca.
SÍMBOLOS DA TOCA
Todos os membros da Fraternidade usam uma cruz pendurada no pescoço, para lembrar a morte de Cristo. Nas instalações das casas, podem ser vistos o trigo, que morre para virar pão – uma alusão ao abandono da vida pessoal de cada religioso -, a lamparina, que remete à vigilância contra o pecado, e a espada, que lembra a imolação da vida de cada membro.
SINAIS DA TOCA
Os religiosos da Toca de Assis usam vestes em dois tons de marrom. O mais claro lembra a morte. Já o mais escuro, a terra. Além disso, uma corda amarrada na cintura remete à oferta que os consagrados fazem das próprias vidas a Deus e apresenta três nós, para lembrar os votos evangélicos. Outro sinal que os identifica é a tonsura: um corte de cabelo que deixa exposta a parte superior da cabeça, para lembrar que a mão de Deus está sempre sobre eles.
Outras informações podem ser obtidas pelo site www.tocadeassis.org.br ou pelos telefones 3340-1226-27.