A fórmula para 2016

Juntemos todas as criancinhas a partir de cinco anos de idade nos famosos centros de treinamento; convidem técnicos estrangeiros para fazer a seleção natural; visita dos pais, uma vez ao mês; reportagens, somente as combinadas, para mostrar a evolução e as grandes promessas; façamos muita propaganda sobre os benefícios do esporte e com um discurso bem nacionalista, porque – sabe-se lá os motivos - competições olímpicas têm o dom de atrair os tiranos travestidos de democratas. Enfim, além de medalhas, ganharemos muitas imagens como estas aí, com a vantagem de que no Brasil o jornalismo esportivo, principalmente o televisivo, vai te dizer que está tudo bem!

Rio é purgatório gremista

Fotomontagem: Fernando Torres
Líder do Brasileirão com 44 pontos, o Grêmio sofreu, ontem (21/08), sua terceira derrota no campeonato. Perdeu por 2 a 1 para o Flamengo, no Maracanã. Aliás, o Rio de Janeiro tem feito uma “péssima” recepção ao tricolor gaúcho, pois os outros dois fracassos do clube na competição também aconteceram na cidade. Caiu para Vasco, em São Januário, e Botafogo, no Engenhão, por 2 a 1 e 2 a 0, respectivamente. A última chance gremista de ter uma passagem maravilhosa pelas terras de Tom Jobim é o duelo contra o Fluminense, no dia 6 de setembro, sábado, às 16 horas. O pesadelo carioca vai continuar? Dê a sua opinião!!!

Fomos para o brejo!

Eis a opção que faltava ao torcedor brasileiro! O futebol no pântano já tem 200 times inscritos no mundo e até uma federação internacional (www.swampsoccer.co.uk).
A idéia (idéia?) nasceu na Finlândia em 1997, se espalhou pela Suécia, Islândia e cresceu na Inglaterra. Hoje há ligas masculinas, femininas e até mistas, sonho de consumo de muito marmanjo. Jogam cinco na linha e um no gol, com número de substituições ilimitado. Tudo isso pode parecer uma grande bobagem, mas do jeito que vai o futebol brasileiro, esse brejo corre o risco de cair no gosto do torcedor!

Haverá outro trio mágico?

Divulgação / Fifa
Cristiane observa o choro triste de Marta, no pódio olímpico

Sem organização e apoio desde sempre, o Futebol Feminino do Brasil chegou a uma conquista sensacional. A medalha de prata nas Olimpíadas de Pequim é o produto de talento x talento x talento. Na década de 1990, a Seleção viveu do poder de Sissi, Kátia Cilene e Roseli. Nos últimos anos, nossas conquistam chegaram pelos pés de Marta, Cristiane e Daniela. Nossos cartolas e legisladores vão se mexer para profissionalizar o Futebol Feminino ou dependeremos para sempre dos fenômenos brotados de nossa terra? Comente!!!

Eterno, necessário, grandioso

Roberto Dinamite, Dulce Rosalina, Bellini, Danilo, Barbosa, Juninho Pernambucano, Rei Roberto Carlos, Mauro Galvão, Chacrinha, Carlos Germano, Ipojucan, Sorato, Getúlio Vargas, Orlando Peçanha, Cocada, Valdir, Sissi, Denner, Pretinha, Donizete, Edmundo, Roseli, Evair, Vavá, Paulinho da Viola, Marta, Romário, Ademir Menezes...

Parabéns, Vasco: 110 anos!!!

Botafogo x Bolt

Arte: Marcos Benjamin


O Botafogo confirmou sua ascensão meteórica ao vencer o Cruzeiro por 1 x 0 pela segunda rodada do returno do Brasileiro, foi o sexto triunfo seguido dos alvinegros que já ocupam a terceira posição no campeonato.

Descobrimos qual a diferença entre o campeão olímpico dos 100 e 200m Usain Bolt e o Botafogo. O primeiro dispara e desacelera no final, o segundo dispara e não pára!

O Brasil de sempre...

Esse é o nosso Brasil.

O STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu na tarde de hoje, liminar em habeas corpus suspendendo a ordem de prisão preventiva do empresário iraniano Kia Joorabchian, presidente da MSI (Media Sports Investments) na época em que a empresa foi parceira do Sport Club Corinthians Paulista. A decisão é do ministro Celso de Mello.

No Brasil pode-se tudo vide Daniel Dantas, Eurico Miranda, o ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho e por aí vai...

Ah, esqueci de dizer, o Corinthians, clube que Kia "administrou" de 2005 até o final de 2006, hoje está se reconstruindo na série B.

Nota: A imagem acima foi tirada do
site oficial da MSI, um dos mais nebulosos dos mundos empresarial e esportivo.

Phelps, o homem-gol!

por Dirceu Viana

Não tem nada a ver com futebol, mas vale a reverência desse blog.

CBF tira casquinha das mulheres

Frente ao vexame do futebol masculino, em Pequim, restou à CBF se aproveitar do sucesso da Seleção Brasileira Feminina, finalista dos Jogos Olímpicos. O site oficial da Confederação, antes dedicado quase exclusivamente ao desempenho dos homens, tem agora grande espaço destinado às brilhantes meninas.

Reprodução do site da CBF

A falta de atenção ao trabalho das mulheres ainda pode ser observada, na página da internet. Há dezenas de links com tudo sobre os jogos, atletas, escalas de árbitros e torneios dos marmanjos. Até a seção de títulos só considera os resultados dos machos. Não há menção a nenhum troféu ganho pelas fêmeas. Apesar de não terem uma Copa do Mundo, elas faturaram duas medalhas de ouro em Jogos Pan-americanos (Rio 2007 e Santo Domingo 2003) e chegaram ao topo em quatro edições do Campeonato Sul-americano (1991, 1995, 1998 e 2003). Nada disso é “comemorado” pela CBF.

As boleiras são as atuais vice-campeãs da Copa do Mundo. Perderam a final por 2 a 0 para a Alemanha. Aliás, às vésperas deste jogo, pressionada depois da goleada brasileira por 4 a 0 sobre os Estados Unidos, na semifinal, a CBF anunciou, em setembro de 2007, a criação da Copa do Brasil de Futebol Feminino. Foi disputada de outubro a dezembro. Sem a elaboração de um plano capaz de transformá-la em um produto midiático, a competição não teve força.

Reprodução do site da CBF


Na final, no Estádio Mané Garrincha (DF), Mato Grosso do Sul venceu Botucatu por 5 a 4, nos pênaltis, após o 1 a 1 no tempo regulamentar. Só há isto sobre as meninas no acervo virtual da CBF, no escondido link COPA DO BRASIL FF. O troféu e as medalhas foram entregues pelo diretor do Departamento de Competições, Virgílio Elísio, e pelo vice-presidente para a Região Centro-Oeste, Weber Magalhães. Onde estava o presidente da CBF, Ricardo Teixeira? Aquele momento não era importante para ele assim como não é relevante a participação do Brasil Mulher na final olímpica, mas um 3 a 0 para a Argentina é capaz de mudar qualquer critério, ao menos no site da CBF...

Juiz (de Direito): "Futebol, sem deboche, não dá!"

Foto: jornal Meia Hora - 03/07/2008

por Dirceu Viana

Um tricolor teve a brilhante idéia de processar o jornal carioca Meia-Hora (flamenguista por uma questão estritamente comercial) por conta desta foto que republicamos acima. Quando a demanda chegou às mãos do juiz (ele não é árbitro!) José de Arimatéia Beserra Macedo, o magistrado mal acreditou: "Primeiro registro que é absolutamente incrível que o Estado seja colocado a trabalhar e gastar dinheiro com uma demanda como a presente, mas...ossos do ofício!"

Agora reproduzimos os trechos da sentença, que correu na Vara da Pavuna. Mas antes que outros se sintam estimulados a repetir a idéia de cobrar na Justiça a gozação alheia, este blog lembra que ao fim do processo o reclamante teve de pagar as custas judiciais, inclusive os honorários dos advogados do jornal!

RECLAMANTE: CARLOS ALMIR DA SILVA BAPTISTA
RECLAMADO: JORNAL MEIA HORA DE NOTÍCIAS

SENTENÇA

(...)

O reclamante, cujo time foi derrotado na final da Libertadores, sentiu-se ofendido com matérias publicadas pelo jornal reclamado, que, segundo ele, ridicularizavam os torcedores, incitavam a violência e traziam propaganda enganosa.

As matérias, no entanto, são apenas publicações das diversas gozações perpetradas pelas demais torcidas do Estado em razão da derrota do time do reclamante. Tais gozações são normais, esperadas e certas de vir sempre que um time perde qualquer partida, quanto mais um título importante que o técnico, jogadores e torcedores afirmavam certo e não veio. Mais. As gozações são inerentes à existência do futebol, de modo que sem elas este não existiria porque muito de sua graça estaria perdida se um torcedor não pudesse debochar livremente dos outros.

É certo que o reclamante "zoou" os torcedores de outros times da cidade em razão de derrotas vergonhosas na mesma competição em que seu time foi derrotado, em razão de um dirigente fanfarrão ou em razão de uma choradeira com renúncia, e nem por isso pode o mesmo ser processado. Ressalto que se o reclamante viu tudo isso e ficou quietinho, sem mangar de ninguém e sem se acabar de rir, – não ficou, mas utilizo-me dessa (im)possibilidade para aumentar a argumentação – deve procurar outros esportes para torcer, porque futebol sem deboche não dá!

(...)

Evidente, por todo o ângulo em que se olhe, que não há a menor condição de existir a mínima lesão que seja a qualquer bem da personalidade do reclamante. "Zoação" é algo inerente a qualquer um que escolha torcer por um time de futebol e vem junto com a escolha deste. O aborrecimento decorrente do deboche alheio é inerente à escolha de uma equipe para torcer e, portanto, não gera dano moral, ainda que uma pessoa, por excesso de sensibilidade, se sinta ofendida e ridicularizada.

Continua o reclamante na sua petição afirmando que o reclamado incita a violência com sua conduta. É engraçado, porque o próprio reclamante afirma que teve que dar explicações à diretoria de seu local de trabalho em razão de desavenças com seus colegas. A inicial não é clara neste ponto, mas se houve briga em razão do reclamante não aceitar as gozações fica ainda mais evidente que o mesmo deve escolher outro esporte para emprestar sua torcida, porque, como já dito, futebol sem deboche, não dá! E o que é pior! O reclamante, se brigou, discutiu ou se desentendeu foi porque quis, porque é de sua vontade e de sua índole e não porque houve uma publicação em jornal. Em momento algum o jornal sugere que haja briga, o que só ocorre em razão de eventual intolerância de quem briga, discute ou se desentende.

Por fim, o argumento mais surreal! A propaganda enganosa! Chega a ser inacreditável, mas o reclamante afirma que houve propaganda enganosa porque na capa do jornal há um chamado dizendo existir um pôster do seu time rumo ao mundial, mas no interior a página está com "uma foto com os jogadores (...) indo em direção a uma rede de supermercados". Ora, e a que outro mundial o time do reclamante poderia ir se perdeu o título da Libertadores? Qualquer um que leia a reportagem, inclusive toda a torcida de tal time e em especial o reclamante, sabe, por óbvio, que jamais poderia existir foto da equipe indo à disputa do título mundial no Japão, porque isso nunca ocorreu.

A pretensão é tão absurda que para afastá-la a sentença precisaria apenas de uma frase: "Meu Deus, a que ponto nós chegamos??!!!", ou "Eu não acredito!!!" ou uma simples grunhido: "hum, hum", seguido do dispositivo de improcedência.

É difícil encontrar nos livros de direito um conceito preciso do que seria uma lide temerária, mas esta, caso chegue ao conhecimento de algum doutrinador, será utilizada como exemplo clássico para ajudar na conceituação.

O reclamante é litigante de má-fé por formular pretensão destituída de qualquer fundamento, utilizar-se do processo para conseguir objetivo ilegal, qual seja, ser compensado por dano inexistente, além de proceder de modo temerário ao ajuizar ação sabendo que não tem razão e cuja vitória jamais, em tempo algum, poderá alcançar.

Isto posto, JULGO IMPROCEDENTE O PEDIDO.

Condeno o reclamante como litigante de má-fé ao pagamento das custas, nos termos do caput do artigo 55 da Lei 9.099/95.

Rio de Janeiro-RJ, 31 de julho de 2008.

Este garoto arrebentou o Brasil

Foto: Divulgação / Site Oficial de Agüero
Sergio Leonel Agüero fez dois gols e infernizou a defesa brasileira, na vitória da sua Argentina por 3 a 0, na semifinal das Olimpíadas de Pequim. “Kun Agüero”, como é mais conhecido em seu país natal, joga pelo Atlético de Madri, da Espanha, desde julho de 2006. Ele nasceu no dia 2 de junho de 1988, em Quilmes, região metropolitana de Buenos Aires. Foi revelado pelo Independiente, onde ficou de 2003 até sua transferência para a Europa.

Agüero conquistou a Copa do Mundo Sub-20 de 2005, disputada na Holanda. Tem 20 anos, 1,72 metro, 74 quilos e deve faturar em cima da Nigéria, na madrugada de sábado para domingo, o título mais importante da carreira. Se vencer os africanos, a Argentina será Bicampeã Olímpica.