Um final de semana mágico

Façam suas apostas. Estão abertos os palpites. Semi-finais da Taça Rio e Semi-finais do Paulistão.

No Rio: Vasco x Fluminense, sábado 18:30h. Jogão!
Vasco vai completo com o garoto Pablo de 19 anos na lateral-esquerda. Se mostrar a mesma personalidade que vem mostrando nas entrevistas, promete dar um caldo!

No Flu, a dúvida é Washington, o centroavante se recupera de forma surpreendente da torção do tornozelo e pode aparecer no comando de ataque tricolor. Reforço de peso, se jogar!

Palpitão deste humilde blogueiro: 3 x 2 - Fluminense.

Sábado em São Paulo, tem duelo de forças no interior: Ponte Preta x Guaratinguetá, jogo díficil de dar palpite, mas por jogar em casa e ter derrotado o Guará(3 x 0) fora durante a fase de classificação, dá Ponte: 1 x 0.

No domingo, a chapa esquenta de vez!

Botafogo x Flamengo às 16h, prometem mais um jogão. Com o Fla de moral alta após a belíssima vitória na altitude pela Libertadores e o Botafogo classificado às oitavas-de-final da Copa do Brasil, o duelo promete ferver, principalmente depois dos últimos duelos entre os clubes, recheados de pimenta e muita provocação.

Palpitão: 2 x 2 - Botafogo nos penâltis, mera intuição.

Já em Sampa, tem São Paulo x Palmeiras também às 16h. Tirando toda chatice da briga de bastidores no São Paulo entre Carlos Alberto e Fábio Santos e a briga entre os dois clubes sobre onde será o último jogo da semi-final - ficou decidido que será no Parque Antártica - dá São Paulo: 2 x 1!

Mesmo vendo o Palmeiras melhor psicologicamente, taticamente e técnicamente, considero este jogo como chave para os tricolores. Com toda união de forças o São Paulo leva.

Façam suas apostas. Quem dá mais?

Tradição x Acomodação

Em Cuzco, com altitude, pressão e tudo mais, o Flamengo jogou com facilidade e goleou. 3 x 0 sobre o Cienciano.

Em Buenos Aires, o Fluminense sem tradição nenhuma em Libertadores achou que poderia vencer os reservas do Arsenal, isso mesmo, aquele time que levou uma sapecada aqui de 6. Resultado 2 x 0 para o Arsenal.

Toró, Ibson e Juan pareciam que jogavam no Maracanã, corriam com facilidade.

Ygor(nossa!), Gabriel e Thiago Neves corriam atrás da bola e sempre estavam sem ela.
Antes o Fla, temia uma eliminação precoce ainda na primeira fase. Hoje está classificado com sobras.

Já o Flu já classificado, porém acomodado, está com sinal de alerta ligado. Na segunda fase tem de entrar ligado. Pois será a na tradição na competição poderá ser determinante em uma futura eliminação.

No Fla a concentração é total.

No Flu a perda dela acendeu a luz amarela. Thiago Neves mais uma vez mostrou-se imaturo. Foi expulso infantilmente.

A zona ofensiva do Flamengo mostrou-se mortal com Léo Moura, Juan, Ibson, Souza e Renato Augusto.

No Fluminense, os três tenores assistem de camarote a falta de gols sem a presença deles em campo.

Mais uma vez a tradição e o peso da camisa pesaram na Libertadores. Fla nas alturas. Flu estagnado e acomodado. Ressalva para classificação de ambos!

Enquanto isso na Vila Belmiro...

Salve o Cienciano!!!

Montagem com foto do jornal La República

por Fernando Torres

O Cienciano merece golear o Flamengo, no jogo desta noite, para vingar uma injustiça histórica. Analisadas as devidas proporções, os rubro-negros devem pagar pelo preconceito colonizador aplicado sobre os peruanos. No século XVI, os espanhóis massacraram cerca de 20 mil incas. Em 2008, os flamenguistas fizeram o mesmo com 28 milhões de peruanos. Os europeus mataram as pessoas. Os cariocas destruíram o orgulho, a alma.

“Peruanos não querem atuar em cidade quente e abafada” poderia ser a manchete traduzida do jornal “La República”. Absurdo? Tanto quanto defender a proibição de jogos na altitude. Cuzco está lá no alto: 3.400 metros de altitude. Nasceu, cresceu e vive lá no alto. O Cienciano não construiu o estádio “Garcilaso de la Veja” somente para enfrentar o Flamengo. A iniciativa dos rubro-negros de buscarem junto à Fifa uma medida impedindo a realização da partida na cidade não feriu só o clube. Atingiu um povo bravo e resistente à intolerância.

Simon Bolívar livrou o Peru das garras predatórias. El Libertador salvou, Che Guevara se apaixonou e o Flamengo esnobou. Os povos andinos lutam para viver sob circunstâncias difíceis. O alimento não é farto, a água é rara e o ar também. Uma cidade torce por seu clube na altitude, grita por seu clube na altitude e o Mengo não pode jogar na altitude? Se o Capitão Nascimento fosse representante a Confederação Sulamericana, perguntaria: “Márcio Braga, os argentinos, uruguaios e chilenos jogam lá. Dezenas de clubes sediados pertinho do mar também atuam lá. O senhor está com nojinho e não quer suas bonecas passando sufoco?

”O Flamengo não deve temer os metros, mas os métodos utilizados por seus jogadores para se livrarem da pressão. Montevidéu, no Uruguai, está no mesmo nível do Everest? Então, por que Léo Moura deu uma voadora no jogador do Nacional e Toró estapeou o gandula? O Fla sabe o que é completar 100 anos? Sim. Por isso, deveria, além de aceitar as condições climáticas, respeitar o Club Sportivo Cienciano, fundado em 1901, originalmente, como o time da área de ciências da Universidade de Cuzco. Tem dois títulos nacionais peruanos: o Clausura (2001) e o Apertura (2005). Em 2003, tinha nove jogadores em campo e fez 1 a 0 sobre o River Plate, da Argentina, conquistando o título da Copa Sul-Americana. Um ano depois, superou o hermano Boca Juniors, nos pênaltis, e papou a Recopa Sul-americana.

A “Fúria Roja” está preparando a festa pela vitória. Há mais de 400 anos, os peruanos caíram. Hoje, mesmo com um time tecnicamente inferior, vão ressurgir com o apoio dos deuses incas. As bravas almas sairão de Machu Picchu e fortalecerão cada movimento dos jogadores do Cienciano. Sobrevoarão 112 km, ligando a Cidade Sagrada e o local da partida. A falta de ar é nada para quem carrega o preconceito humilhante. O Flamengo merece o prejuízo financeiro decorrente da eliminação na Copa Libertadores. A maldição com cifrões é a única capaz de fazer doer o ego dos mercenários.

Avante Mengo!

Agora é hora de colocar toda sua história debaixo do braço e mostrar que o Flamengo é maior que altitudes e provocações. O clube joga sua vida hoje na Libertadores. Está entre o céu e o inferno. No céu digamos que já esteja, pois já está mais alto que todos os clubes brasileiros na rodada da competição, a 3.400 metros de altitude. Se ganhar garante a classificação, empatando joga em casa contra o "Bolo" e suas chances são grandes de passar à segunda fase. Porém, caso seja derrotado, o mais querido poderá se complicar e muito. Segundo os cálculos, se o Fla perder pelo placar mínimo(diferença de um gol), terá de vencer por pelo menos quatro gols de diferença o Bolo no Maracanã.

A campanha atual é no entanto irregular. O Flamengo tem sete pontos e ocupa a terceira posição, atrás de Cienciano com o mesmo número de pontos, mas com saldo de um gol a mais e o Nacional que lidera com nove pontos. Caso ocorra uma "tragédia" e o Mengo não passe à segunda fase, ele poderá repetir a campanha pífia de 2002, onde "morreu" na primeira fase.

Para um clube cheio de tradição na competição, essa campanha atual deixa a desejar, só não é pior que a de 2002. Mas os números do Flamengo na Libertadores impressionam. São nove participações na competição internacional (1981/1982/1983/1984/1991/1993/2002/2007 e 2008). 73 jogos no total, com 41 vitórias, 16 empates e 16 derrotas. Foram 141 gols marcados e 82 sofridos. Sendo campeão uma vez, em 1981, com o timaço: Raul, Leandro, Marinho (Figueiredo), Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes (Anselmo) e Lico (Nei Dias). Técnicos: Dino Sani, depois Paulo César Carpegiani. Este time não foi só campeão continental como também conquistou no mesmo ano o maior feito da história que um clube pode alcançar, o título mundial de clubes no Japão.

Vale lembrar também o time que fez a pior campanha do Rubro-negro na história em 2002: Júlio César, Maurinho, Juan (Flávio), Fernando e Athirson; Leandro Ávila (Rocha), Carlinhos (Fabiano), Felipe Melo e Juninho Paulista; Andrezinho (Edmílson, Petkovic) e Roma (Leandro Machado). Técnicos: João Carlos Costa, depois Carlos César Custódio.

Para esse "feito" desastroso não se repetir, Flamengo vai com tudo que lhe cabe de direito. A maior torcida do Brasil, senão a do mundo, com toda essa rica história e tradição para empurrar o time a vencer não só o Cienciano hoje em Cuzco, mas também a altitude e a desconfiança de um futuro desastroso. Avante Mengo!

As Copas de Romário

por Flávio Araújo

Lazaroni não errou. Pelo menos não tanto quanto Telê em 82, que deixou o Dinamite na arquibancada; nem tanto quanto os rancorosos Galinho de Quintino e Velho Lobo (união instável não? Galinho e Lobo?), que não levaram o Baixinho e viram o sonho do penta se esvair em convulsões e “zidanadas”. Lazaroni levou o Baixinho mesmo sem ele ter condições. O povo brasileiro acertou mais ainda em 94, quando impôs o Baixinho e com isso trouxe o caneco, a despeito do despeito do mesmo Lobo velho e teimoso.

Romário deveria ter sido Campeão Mundial Juniores em 1985, foi cortado por indisciplina; poderia estar no time envelhecido de 1986; deu azar e estava machucado em 1990; ganhou a Copa de 94, ganharia a de 1998. Imaginemos a situação hipotética em 1998: escalação do Brasil para a final com a França. Ronaldo passou mal e vai entrar... Romário. Duvido que os comedores de brioches não tremessem.

Romário nunca foi santo, muito menos demônio a não ser para os goleiros. Romário foi o maior atacante de todos os tempos, imbatível na área. Mas Romário, apesar de ter jogado no time da mídia, não foi cria deles. O Galinho sim era bom moço e agradava à massa. Só que quem tem que agradar à massa é molho de macarrão! Romário é único no mundo sem ter chegado ao auge da sua brilhante carreira. Pelé foi ao topo, Garrincha não chegou a ser metade do que poderia ser e Zico, bem, este foi além do possível, construído a disciplina e exercícios.

Romário, ao contrário dos seus inimigos declarados, não perdeu nenhuma copa. Não permitiram a ele nem perder. Quando contaram com ele, o jejum de 24 anos caiu por terra. E não me venham com jogo feio: gols como os contra Camarões, Suécia e Holanda do Baixinho; os de Bebeto contra EUA e Holanda; além da antológica “patada” de Branco com Romário saindo da frente entram em qualquer antologia.

Romário sempre foi mais difícil de engolir que Zagallo, seja para as defesas adversárias, seja para fiscais de comportamento, padres, pastores e afins. Romário fez mais de 1000 gols, como Pelé, e isto é imperdoável pela imprensa provinciana da nossa vizinha paulicéia e para a imprensa rubro-negra de cá, ávida de vender notícias e agradar a maioria, quase tão burra quanto a unanimidade de Nelson Rodrigues. Romário deveria ser, sozinho, cinco vezes campeão do mundo. Pena que nem todos os brasileiros torceram para isso, o futebol agradeceria.

* Jornalista e historiador, Flávio Araújo faz questão de ressaltar que é vascaíno desde antes do tempo em que Romário jogava na preliminar do Maracanã.

Uma realidade comprovada

A última rodada da Taça Rio não foi surpresa para ninguém. É lógico que o empate(2 x 2) entre os reservas do Flamengo e os titulares do Vasco foi diferente para os apaixonados, mas nem tanto para os céticos que acompanham com mais profundidade o futebol. Este resultado só evidenciou ainda mais fragilidade da equipe cruz-maltina.

Já em Edson Passos, os reservas do Fluminense passearam contra o bem arrumado Madureira, que outrora tinha complicado os três grandes, (vitórias por 2 x 1 sobre Vasco e Botafogo e 0 x 0 diante do Flamengo). Os 4 x 0 foram construídos com facilidade. Ressalva para lesão de Washington que saiu ainda no primeiro tempo, após sofrer um entorse no tornozelo esquerdo virando dúvida para as semi-finais da Taça Rio.

Sábado que vem o pega será entre Fluminense x Vasco. Domingo o duelo ficará entre os finalistas da Taça Guanabara: Botafogo x Flamengo. Ambos os jogos ainda sem horários definidos.

Mas que fique registrado: o Cariocão 2008 foi um campeonato que não empolgou como a edição passada. A média de torcedores caiu e a emoção ficou reservada só aos clássicos (nem tanto agora na Taça Rio) e as fases decisivas. Os pequenos ainda tiveram sua única esperança anulada: o fator mano de campo contra os grandes. Sem jogar em casa suas chances se reduziram a zero. Outro fator negativo, foi o América que vive de sua tradição, mas está caoticamente administrado. Seu rebaixamento foi reflexo do péssimo desempenho dos clubes fora do eixo G-4 carioca. Nem mesmo com uma arbritagem a seu favor, em Nova Friburgo no último sábado conseguiu livrar o time da degola. Lamentável.

Que o Carioca deste ano fique de lição para os dirigentes que comandam o futebol do Rio. O inchaço de clubes só deixou ainda mais evidenciado que o futebol carioca não tem em seus "pequenos" o mesmo poderio dos mesmos de São Paulo, nem em estrutura e muito menos em técnica.