Circuito GLS agita coração da Zona Norte cariocaCOMPORTAMENTO
Texto e fotos: Rodrigo Aquino (3º período) - Equipe ÔNIX
O paraíso GLS em questão não fica na Farme de Amoedo, em Ipanema, tradicional reduto gay da cidade. Mas na Travessa Almerinda Freitas, em Madureira. Cada vez mais, a rua vem se afirmando como o maior point GLS da Zona Norte, mais conhecida como Rua da Lama. Toda quarta-feira, gays e simpatizantes lotam bares e dezenas de barraquinhas numa festa que vai até a madrugada. E a festa vai se ampliar. Militantes querem transformar a Almerinda em uma Avenida Gay. Os prazeres em questão são beber, bater papo com os amigos e azarar com tranquilidade, sem olhares tomados de preconceito.
O roteiro alternativo no subúrbio carioca tem casas noturnas com fila nas portas e uma agitação que começa na quarta-feira. As noitadas, que têm início a céu aberto nunca acabam antes das 4h. É nessa travessa que está localizada a boate Papa G, que oferece uma agenda variada de quarta a domingo.
Mas para quem fica de fora da boate, a diversão é garantida do mesmo jeito. Liberdade de comportamento e expressão são marcas da rua, com diversas barraquinhas de bebidas, cachorro-quente e churrasquinho.
O som fica por conta do porta-malas de alguns carros. O estilo? Funk, na veia. E tem ainda grupos de pagode cantando ao vivo... Tem de tudo na Rua da Lama. O público? Gays, héteros, lésbicas, pintosas, fanchas e até travestis marcam o lugar.
Independente do perigo que corre na Zona Norte carioca, na rua tudo é bem tranquilo: a galera é realmente livre e se diverte, sem violência ou preconceito.
APOIO DA POLÍCIA
Há oito anos, os grupos se reuniam na praça de alimentação do Madureira Shopping, mas havia agressões por parte dos seguranças, que eram truculentos. Hoje, existe o apoio do 9º BPM (Rocha Miranda), da Polícia Civil e da Guarda Municipal.
A travessa de Madureira é um dos poucos lugares onde se pode ficar à vontade com o seu parceiro ou parceira, sem ser incomodado. Não ter briga e ninguém fica olhando de cara feia, não há qualquer tipo de preconceito. As pessoas que não são homossexuais e frequentam o local, respeitam sempre o próximo. Por isso, a rua fica lotada de pessoas. Os índices de violência no local são pequenos.
PARADA GAY DE MADUREIRA
Em Madureira, o respeito aos homossexuais é tanto que a parada gay sempre conta com a adesão de diversos artistas, tão diferentes quanto as cores do arco-íris. As cantoras Kelly Key e Sandra de Sá, a atriz Deborah Secco, o promotor de eventos David Brazil e o cantor Belo já participaram de edições anteriores. O término do evento acontece na Travessa Almerinda Freitas, como se fosse um carnaval fora de época.
FONTE DE RENDA
Diversos ambulantes trabalham na travessa, com o movimento que gera Às quartas-feiras, com os frequentadores da tradicional noite GLS da Zona Norte carioca. São vendedores de bebida, churrasquinho, sanduíches. Tem barraca que possui público fiel que frequenta toda semana. É quase uma relação de família. E, em sua maioria, todos os ambulantes são heterossexuais e respeitam a opção sexual de cada um.
