UM AMOR PARA A VIDA INTEIRA

O estudante Fernando Santos administra as artimanhas e peraltices de seus três cães

REPORTAGEM ESPECIAL - AMIGOS DO PEITO
Texto, fotos e vídeos (TV JILÓ): Elaine Christine - Técnicas de Reportagem / Equipe ESMERALDA

ESTATÍSTICA: 28 MILHÕES DE CÃES, 12 MILHÕES DE GATOS E 4 MILHÕES DE OUTROS ANIMAIS FAZEM COMPANHIA AOS BRASILEIROS EM TODO O PAÍS

Quem nunca chegou em casa e ‘encontrou’ os sapatos roídos, o lixo revirado, o sofá desencapado, o pé da cadeira arranhado, a cortina desfiada e a marca de xixi bem em cima da cama? Eles são arteiros e todos os dias recepcionam seus donos com uma festa de saudades, representadas por um rabinho abanando ou um carinho entre as pernas. Não se tem conhecimento de uma amizade tão forte entre o homem, cães e gatos. Os xodós demonstram lealdade, dão amizade, fidelidade e proteção sem pedir nada em troca.

O animal de estimação supre a ausência de uma pessoa querida e, em muitos casos, é o “filhão” de um casal. Inteligentes, dóceis e obedientes, com os gatos a casa está livre de ratos e baratas, pois eles trataram de eliminá-los. Já com a escolha de cães, a segurança da casa está garantida. São por esses e tantos outros motivos que os cães e gatos são considerados os “melhores amigos do homem”.

Segundo a Pesquisa PetSite Ibope, 59% dos brasileiros acima de 16 anos possuem animais de estimação. A relação mais frequente são entre as classes AB (63%) e C (64%). Os animais de estimação são menos freqüentes entre as pessoas de classe D/E (55%).

TRAVESSURAS – Eles são travessos e vivem aprontando em casa. Em sua grande maioria, o que leva o animalzinho à travessura é chamar a atenção de seus donos. “Uma vez, Kinha e Belinha destruíram o travesseiro de penas de ganso da minha mãe. A casa ficou cheia de penas. Na hora nem brigar com elas conseguimos, a cena foi muito engraçada. Elas lá, com rabo balançando com a casa toda branca. Mas não adianta, elas fazem arte todos os dias, principalmente o mais novo, o Peroba. Mas nada que seja muito ruim”, diz o estudante Fernando Santos, 23 anos.

Para o veterinário Sergio Medeiros, dar um animal para uma criança na intenção que ela tenha responsabilidade não é o mais indicado. “Comprar o animal para que o filho tenha responsabilidade não adianta, pois a criança não vai alimentar, não vai dar banho, não vai limpar as fezes do animal, e sim torná-lo um problema para família”, adverte.

Algumas raças de cães e gatos se adaptam melhor ao convívio dos pequenos. Sergio dá a dica: “As melhores raças de cães para quem tem crianças em casa é o bom e velho vira-lata. Eles não dão problemas de pele, o pelo é curto, facilitando na manutenção. Já com os gatos, para as crianças há problemas, pois elas gostam de apertar, puxar rabo e os gatos não gostam disso, retribuindo com unhadas”, ensina. Cães de pequeno porte são os mais indicados para a vivencia em apartamentos. Entretanto, com os gatos não existe a melhor raça, pois eles se adaptam a cômodos pequenos.

CÃES E GATOS: ETERNOS BRIGÕES?

O relacionamento entre cães e gatos é visto como inimizade. A maior parte das pessoas incentiva aos animais a brigar entre si, instigando os cães a correrem atrás dos gatos. A veterinária Christine Carvalho vê essa relação como instinto entre as espécies e culpa da criação dos donos. “Os cães e gatos são inimigos por instinto, mas isso vai depender de como seus donos criam. Se criados juntos desde filhotes, existe uma boa aceitação”, afirma a veterinária, que possui dois gatos e um cachorro.

COMPANHIA QUE DEIXA SAUDADE

Dilma Soares tem nove cães: a cada perda de um deles, sofrimento
REPORTAGEM ESPECIAL - AMIGOS DO PEITO
Texto e fotos: Elaine Christine - Técnicas de Reportagem / Equipe ESMERALDA
Como os animais têm uma vida curta comparada com a nossa, alguns cães acompanham seus donos cerca de 12 anos e os gatos chegam, em média, aos 18 anos. Difícil é se preparar para o momento de perda. “É doloroso, mas é o movimento natural da vida. Assim como na perda de parentes, a dor passa. Fica na lembrança os momentos bons e mágicos”, reflete Fernando Santos, que teve a perda de três cães. Para Dilma Soares, dona de 9 cães, moradora de Honório Gurgel, o falecimento de um cão é como perder mais um familiar. “Ainda não consegui me acostumar com isso. Cada um que vai é um pedacinho de mim que está indo também. Fica sempre uma grande saudade”.
Mitchel teve câncer na boca e foi sacrificado por sua dona, Jilvan

EUTANÁSIA - Depois de 10 anos de convivência, a moradora da Vila da Penha, Jilvan Santos, lembra da decisão que tomou, autorizando a veterinária a aplicar uma injeção de eutanásia em seu cachorro, que estava com câncer na boca e logo iria se estender até o coração. “Foi uma decisão muito difícil, ainda mais por tudo que passamos. Eu o ganhei de presente quando ele tinha dois meses. Ele era o bebê da casa e alegria da família. Mas diante da doença, que evoluiu em tão pouco tempo, eu estaria sendo egoísta de ver meu cãozinho sofrendo sem poder fazer nada”, diz, emocionada, ao lembrar do fato.

Para não deixar seus animais sozinhos, alguns donos desmarcam compromissos e, se um deles ficar doente, não saem de casa. “Eu fico com pena e deixo de ir a um compromisso por causa deles, ainda mais se algum deles estiver doente”, diz Dilma Soares. A solução tem sido os hotéis próprios para os animais em clinicas veterinárias. É necessário visitar o local antes para a escolha do espaço que custa entre R$ 25 a R$ 35 diários. Em Vila Valqueire, na Rua Luiz Beltrão, a Clinica Popular Reino Animal já disponibiliza esse serviço. Os hotéis para cães e gatos são uma ótima opção para quem vai viajar e não ter com quem deixá-los.

PREVENÇÃO CONTRA DOENÇAS

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Texto: Elaine Christine - Técnicas de Reportagem / Equipe ESMERALDAFotos: Divulgação Banco de Imagem

Para o animal contrair a raiva deve ser mordido ou arranhado por outro cão que tenha raiva, portanto, os cães e gatos de casa pet não são portadores da raiva. As piores doenças fatais constatadas nos animais é a leptospirose e a sinosmose. A vacina que imuniza e protege contra a leptospirose é a vacina contra o tétano. “Pessoas que têm cães e gatos têm que vacinar seus animais”, alerta o veterinário Sergio Medeiros. Os maiores erros identificados pelo veterinário nos cuidados dos cães e gatos pelos seus donos é dar antiinflamatório, dorflex e diclofenaco para os animais.
Algumas doenças são comuns entre os bichanos, como as infectocontagiosas, as alérgicas, metabolismo, problemas articulares e traumas causados por atropelamentos ou brigas. A maior dificuldade, entretanto, é a alergia. Quando a família ou a criança tem algum histórico alérgico, não há jeito: é melhor evitar o contato.
Mas diante de muito amor e carinho, existe o abandono. Em muitos casos os motivos que levam os cães e gatos a serem abandonados por seus donos são as sujeiras em casa, a destruição de objetos do lar, a agressividade com pessoas, os latidos ou uivos e, em outros casos, por eles serem fujões e requererem muita atenção.
Mas fica o alerta: Em nossa legislação atual maltratar animais, qualquer que sejam eles, domésticos ou selvagens, caracteriza-se crime ecológico, conforme o artigo 32 da Lei 9.605, de 13.02.98, com detenção de 3 meses a 1 ano e multa para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, ou seja, abandonar cães e gatos é um ato criminoso.

DICAS E CUIDADOS ESPECIAIS

REPORTAGEM ESPECIAL - AMIGOS DO PEITO
Texto: Elaine Christine - Técnicas de Reportagem / Equipe ESMERALDA
Fotos: Divulgação Banco de Imagem

Antes de tomar a decisão de ter um animalzinho em casa é necessário alguns cuidados:

Idade da criança - Se você já tem um animal de estimação, não há problemas. Ele e seu filho vão aprender a conviver. Mas, se você tem um bebê pequeno, é melhor esperar até ele ter 3 anos.


Espaço - Quem mora em apartamento pode optar por animais menores, como os cães de pequeno porte ou aqueles mais independentes, como gato e peixes. Ramster também é uma opção. Se preferir um animal de médio ou grande porte, leve em conta os passeios diários.
Gastos Cães e gatos precisam de vacinas e vermífugos. No primeiro ano, você vai gastar em torno de R$ 200 apenas com esses dois cuidados. Ração de boa qualidade vale para todos. Um cão de porte médio come um pacote por mês, que pode custar até R$ 120, além de outras contas necessárias, como banho e tosa.

Cuidados - Mantenha o espaço em que ele vive sempre limpo, alimente-o adequadamente, faça visitas anuais ao veterinário. E dê muito carinho e atenção! Fonte:
http://www.vidadecao.com.br/

Seu animal com pulgas?
É muito raro encontrar um animal que ainda não tenha tido pulgas. As pulgas se reproduzem com facilidade e velocidade. Se a infestação não for combatida logo, o problema toma maior proporção. A pulga apenas se alimenta no cão ou gato sugando seu sangue. No ambiente, ela coloca ovos que podem permanecer viáveis por até um ano! Na presença de calor e umidade (nas estações mais quentes, principalmente) esses ovos eclodem, viram larvas que se alimentam de poeira e detritos; as larvas transformam-se em adultos que atacam os animais em busca de alimento. tratar apenas o animal (cão ou gato) numa grande infestação é um erro. Você vai matar algumas pulgas. A maior quantidade delas está nas frestas do piso, pilhas de papéis, tapetes e carpetes, na forma de ovos, larvas ou pulgas adultas.
Seu cão com carrapatos?
A infestação por carrapatos no cão, além de provocar um incômodo muito grande ao animal pela coceira, provocando reação alérgica, pode causar anemia e transmitir doenças como a Babesiose e a Erlichiose. Assim como as pulgas, o carrapato não é um problema só do animal, mas sim do ambiente. O carrapato, em todos os seus estágios de vida, desde larva até adulto, é muito resistente. Combater o carrapato é difícil. Você pode eliminá-lo do cão facilmente com banhos carrapaticidas, porém, os ovos e larvas estão no ambiente e nele sobrevivem durante meses. Muitos são os casos de proprietários que vivem combatendo o carrapato no cão, mas nunca conseguem exterminá-lo por completo.

CONSULTE O VETERINÁRIO
antes de usar qualquer produto; banhos anti-pulgas ou carrapaticidas devem ser dados com o cuidado de não permitir ao animal lamber o produto durante o banho. A ingestão do produto pode causar intoxicação; animais com ferimentos abertos (feridas ou queimaduras) não devem ser tratados com produtos anti-pulgas e carrapaticidas. Fonte: http://www.vidadecao.com.br/cao/index2.asp?menu=pulgas2.htm

PIEDADE PELO MEIO AMBIENTE



MEIO AMBIENTE
Projeto visa trabalho social, energético e ambiental para o Rio de Janeiro

Texto, fotos e vídeo (TV JILÓ): Carolina Nascimento – Técnicas de Reportagem – Equipe ESMERALDA

O Coopera, uma cooperativa de catadores de óleo residual e materiais recicláveis em Piedade, Zona Norte do Rio, desenvolve o Projeto de Reaproveitamento de Óleo Residual (óleo de fritura). A cooperativa incentiva a coleta do óleo por catadores autônomos para a formação de biodiesel. A missão do Coopera é fazer com que os cidadãos se conscientizem, por meios de serviços prestados à comunidade, que o óleo é um grande malefício para o meio ambiente. O óleo sendo descartado inadequadamente polui rios e lagoas fazendo com que a água fique inutilizada.

Apenas 1(um) litro de óleo é capaz de poluir 1.000.000 (um milhão) de litros de água. O óleo coletado pelos cooperados e inúmeros voluntários no próprio bairro, em lanchonetes da Barra e Engenho de Dentro, no Shopping Downtown e doações se transformam em energia sustentável, o biodiesel.

O responsável pela compra do óleo recolhido pela cooperativa é o PROVE - Programa de Reaproveitamento de Óleo Vegetal Residual do Estado do Rio de Janeiro - que destina para a ITCP - Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, na UFRJ, que faz estudos e pesquisas para saber se o óleo é do TIPO A, B ou C. O óleo TIPO A, é transformado em biodiesel, e os TIPO B ou C são transformado em sabão.

Chistiane Paulino, presidente da cooperativa, explica que o Coopera tem três focos fundamentais, o social, o energético e o ambiental. “Nós temos três objetivos principais para o funcionamento. O primeiro, que é o social, visa gerar renda alternativa para os catadores na cadeia produtiva do biodiesel. A segunda é o energético. Com a contribuição de produção de biodiesel no Rio de Janeiro, utilizando o óleo residual, estaremos economizando o petróleo do nosso país e estamos contribuindo com o Programa Brasileiro de Produção de Biodiesel. E a terceira, é claro, estamos ajudando com a preservação do meio ambiente”, diz Christiane.

O lixo recolhido pelos voluntários gera renda e recicla o meio ambiente

CRISE MUNDIAL AFETA COOPERATIVA

Apesar de toda a força de vontade dos envolvidos com o trabalho, devido a crise econômica, o desenvolvimento da cooperativa está com um déficit grande. O Coopera, assim chamado por todos, já chegou a trabalhar com 22 cooperados. Hoje, apenas seis trabalham com o projeto social. Ana Paula Monteiro da Silva, 40 anos, moradora de Piedade e cooperada desde a fundação, explica a causa da decadência. “Muita gente imagina que a crise econômica atrapalha somente as multiempresas. A nossa cooperativa tem sofrido muito por causa da crise mundial. O óleo residual desvalorizou muito”, esclarece Ana Paula, acrescentando que o litro do óleo, antes vendido a R$ 1,50, hoje o valor não passa de R$ 0,80. Ana também diz que o lucro final é dividido em oito cotas: duas cotas de dinheiro ficam para o sustento da cooperativa e as outras seis divididas entre os cooperados.

Além do trabalho de coleta de óleo residual, o Coopera trabalha com o serviço voluntário de reciclagem de materiais até tal ponto inutilizáveis. Na cooperativa são divididas duas partes diferentes de voluntariado, aqueles que entregam o material, como garrafa pet, latinhas, CD’s velhos, plásticos, entre outros, e aqueles que se prontificam a ensinar fazer artesanatos como meio de renda alternativa.

Também moradora de Piedade, Rita Maria Aguiar Pereira, 56, é voluntária desde 2007, e ensina artesanato para outros voluntários. “Ensinamos e trocamos conhecimento. Me tornei outra mulher quando comecei a ajudar nesse trabalho social”, diz, emocionada. Rita tira no final do mês em torno de R$ 400,00 com o trabalho de artesanato.

RECICLA RIO - Em junho, a cooperativa participou do lançamento do evento Recicla Rio, uma parceria com a Supervia e a Rede Nacional do Prove. O evento visa beneficiar inúmeras cooperativas no Estado do Rio, através da coleta seletiva de empresas privadas e públicas e qualquer cidadão que queira contribuir com essa iniciativa ajudando com doações de “lixo” recicláveis. Para pessoas interessadas em contribuir vendendo seu óleo ou doando materiais recicláveis, a cooperativa fica na Rua Manuel Vitorino 543, Piedade.

Palpitão da rodada

Reprodução: Internet




A partir de hoje, o A Bola e o Gol vai postar sempre antes das rodadas os palpites para os jogos do Campeonato Brasileiro.

Para começar, vamos indicar os placares da 16º rodada da Série A, que contará apenas com apenas 9 jogos, uma vez que a partida entre Santos x Internacional foi adiada para o dia 26 de agosto, devido à viagem do time gaúcho para o Japão, para a disputa da Copa Suruga.

Série A - 16ª rodada

Sport 2 x 1 Palmeiras
Botafogo 2 x 0 Barueri
Flamengo 3 x 0 Náutico
Vitória 2 x 2 São Paulo
Atlético PR 1 x 2 Fluminense
Corínthians 1 x 1 Avaí
Grêmio 2 x 1 Cruzeiro
Santo André 0 x 2 Goiás
Atlético MG 1 x 0 Coritiba

Não podemos esquecer do Vasco que enfrenta o frio e o Juventude na Serra Gaúcha.

Série B - Vasco - 15ª rodada
Juventude 2 x 2 Vasco

E você caro leitor? Concorda ou discorda dos palpites acima?

Fica Andrade!

Foto: Site oficial do Flamengo
Com o grito de "Fica Andrade" a torcida rubro-negra viu o segundo triunfo consecutivo, resultado que deixou o Flamengo na sétima posição e a três pontos do G4. Mais importante do que a vitória, foi a postura demonstrada em campo pelos jogadores. Disposição e garra não faltaram, sinal de que os jogadores abraçaram o então técnico interino Andrade.

Em um Campeonato Brasileiro nivelado, a vontade e a organização tática fazem a diferença. Por este motivo, a diretoria que antes descartava a efetivação de Andrade, já admite que de acordo com o desempenho do time, pode tornar o interino como efetivo.

O próximo jogo do Fla é no próximo Domingo, contra o Náutico, em pleno Maracanã. Contra o lanterna do campeonato, o rubro-negro tem a possibilidade de vencer a terceira consecutiva e terminar de vez com a novela da contratação de um novo treinador.

E você? Efetivaria o treinador Andrade ou contrataria outro para assumir o cargo?

Martírio Tricolor

Foto: Site oficial do Fluminense

De acordo com a definição do dicionário, martírio é um grande sofrimento. Pois é exatamente essa sensação pela qual deve estar passando todos os torcedores tricolores. Com a derrota de ontem, para o líder Palmeiras, o tricolor completou 10 jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro. Com isso, ocupa a penúltima posição e possui o pior ataque da competição.

Com a chegada do técnico Renato Gaúcho as atuações melhoraram, mas os resultados continuam sem aparecer. Além da má fase técnica, o azar insiste em rondar a área tricolor. Contusões e suspensões a cada rodada, fazem com que o time não se repita.

Tendo que improvisar em diversas posições e lançar mão de garotos da divisão de base, Renato parece conformado e insiste em dizer que reforços chegarão e o time embalará.

Resta saber se o Flu terá tempo hábil para fugir desta situação, sem fazer com que os torcedores tenham que percorrer uma verdadeira via crúcis.

80º FÓRUM DE SEGURANÇA ACONTECE SEM AS AUTORIDADES DE SEGURANÇA DA REGIÃO

Felipe na bronca: "Não aceitamos mais andar bovinamente, abaixando a cabeça"
Texto: Andrezza Henriques (7º período) / Estagiária Mídia Impressa e Yáskara Paz (7º período). Fotos: Michael Meneses / Vídeo TV JILÓ: Andrezza Henriques
O 80º Fórum de Segurança, promovido pela Associação Comercial de Madureira (ACM), foi marcado pela ausência dos principais responsáveis pela segurança da região: o novo comandante do 9º BPM (Rocha Miranda), coronel Edvaldo Camelo, e o delegado Hércules Pires do Nascimento, titular da 29º DP (Madureira). Até o subprefeito da Zona Norte, André Santos, não compareceu. O encontro foi realizado na manhã desta quinta-feira (30/07), no Restaurante Art Popular, na Rua Dagmar da Fonseca, em Madureira. Marcaram presença lideranças comunitárias da Serrinha e do Morro São José da Pedra.
O presidente da ACM, Felipe Morgensztern, anunciou que não vai aceitar mais o descaso das autoridades públicas com o bairro e com a Zona Norte. “A população da Zona Norte está sempre sendo colocada à parte. O comércio paga imposto, gera trabalho, deve ser ouvido. Não aceitamos mais andar bovinamente, abaixando a cabeça. O comércio deve ser escutado, pois qualquer mudança nos influencia diretamente”, desabafou, revelando que um dos principais pontos abordados foi o aumento dos crimes de rua que são ligados a falta de iluminação no coração do bairro.
De acordo com os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), o mês de maio de 2009 em comparação com o mesmo mês de 2008, teve um aumento de 214 casos (135,3%) de roubos em vias públicas na área do 9º BPM. Já os casos de latrocínio (roubos seguido de morte), em maio de 2008 foram registrados 2 casos, em abril de 2009 o número permaneceu, só que de um mês para o outro dobrou o número de casos, passando para 4 em maio de 2009. Os índices de homicídio doloso também aumentaram, em maio de 2008 foram 27 casos, exatamente um ano depois passou para 59 o número, 218,5% a mais, sendo que de abril para maio de 2009 foram 20 casos em apenas um mês. “Já pedimos providências ao prefeito e ao subprefeito e não acontece nada. Madureira está às escuras. Várias ruas estão sem iluminação. Isso atrapalha o comércio, as pessoas começam a correr com medo de assaltos. O que estamos pedindo não é nada muito difícil. As solicitações feitas durante o Fórum não geram custos exorbitantes, são manutenções básicas, como calçamento de ruas, iluminação das vias e policiamento adequado”, esclareceu Morgensztern.

DIÁLOGO – O presidente da ACM discursou mostrando a necessidade e a importância de encontros como esse para a comunidade. “Em encontros como esse podemos falar direto com as instituições. Mandar e-mail e fazer ligações nem sempre dão resultados. Assim, ajudamos também os órgão públicos a atuarem diretamente nos problemas vividos pela comunidade”. Mas Morgensztern não fez só cobranças. Agradeceu as solicitações feitas no último encontro e que já foram providenciadas, como o policiamento no ponto de ônibus em frente ao Madureira Shopping; presença da Guarda Municipal na Praça das Mães (sob o viaduto Negrão de Lima) e as coletas da Comlurb.
Felipe Morgensztern reivindicou a instalação de placas de sinalização sob o Viaduto Negrão de Lima para indicar o sentido Irajá e sentido Zona Oeste, pois a falta de sinalização causa transtornos aos motoristas que não conhecem o bairro. Solicitou, também, à Guarda Municipal, o deslocamento de um contingente para a Rua Dagmar da Fonseca, no período entre o dia 2 e 10 de cada mês, para auxiliar o fluxo de carros no entroncamento com a Rua Carvalho de Souza, na descida do viaduto Negrão de Lima. De acordo com o presidente da ACM, a movimentação fica mais intensa no início do mês por conta do período de recebimento de salários.
Marilza: "Dar esmola a moradores de rua não adianta"

A presidente do Conselho Distrital de Saúde, Marilza Nogueira, abordou um tema polêmico: a distribuição de alimentos para moradores de rua. “Dar esmola não está ajudando. Queremos resgatar essas pessoas. Há muitos seguimentos sociais que, como a igreja de Nossa Senhora das Graças, em Marechal Hermes, distribui alimentos, porém, isso não está ajudando a diminuir o número de pessoas nas ruas, gera uma aglomeração em pontos de entrega, além de ser tornar um momento propício para meliantes”, denunciou.

Elaine Santana: "A Samu não sobe a Serrinha"

SERRINHA QUER RECEBER AMBULÂNCIA DA SAMU

A representante da comunidade da Serrinha, assistente social Elaine Santana, agradeceu a melhoria da coleta de lixo à Comlurb e solicitou um respaldo da saúde para comunidade. “A Serrinha é considerada área de risco. Quando pedimos uma ambulância da Samu eles não nos atendem, pois alegam risco. Por isso precisamos de um posto de atendimento na própria comunidade, que tem mais de 20 mil habitantes”.

Jorge Pereira: "Precisamos de uma creche"

Já a comunidade de São José da Pedra, representada por Jorge Pereira, reivindica uma creche, a poda de árvores e a iluminação da Capela, além do asfalto da Rua Padre Lobato que, segundo Jorge, está em degradação. Jorge também agradeceu à Comlurb, a Guarda Municipal e a acessibilidade do delegado Hércules Pires do Nascimento.

SEBRAE – A representante da Sebrae, Sílvia Romão, compareceu ao Fórum para divulgar uma parceria com a ACM. O Sebrae vai ministrar cursos para quem deseja ser micro-empresário. O curso será gratuito e terá 150 vagas, com previsão de início para a segunda quinzena de agosto. As inscrições serão feitas na própria Associação Comercial de Madureira. Quem também faz parte dessa parceria é o Sindicato de Contabilistas, que vai disponibilizar pessoas para ficar à disposição na sede da ACM para realizar as inscrições, que ainda não tem data para começar.

Enfim, ele marcou contra um grande

Foto: Site oficial do Botafogo

Finalmente, o atacante Victor Simões marcou contra um grande do futebol brasileiro. Sim, desde que ele chegou ao Glorioso no início deste ano, o "Neo pantera" não tinha anotado contra os grandes clubes.

Foi o artilheiro dos clubes pequenos sem tradição.

Hoje, ele marcou de cabeça de forma esquisita(mas marcou!), o primeiro do alvinegro no empate de 2 x 2 diante do Coritiba no Couto Pereira.

Será que agora Victor Simões passará a "artilheiro dos grandes jogos"?

Aos poucos... vai acertando

Foto: Site oficial do Botafogo

Muitos botafoguenses ainda se mostram reticentes quanto ao trabalho do técnico Ney Franco.

A verdade é que o mineirinho é bom. O Botafogo está seis jogos sem perder. Não respira aliviado, porém, sabemos que a nesta entoada, não vai cair.

São apenas duas vitórias e quatro empates nesta séria invicta. Resultados que não o afastou da zona de rebaixamento. Mas com a chegada de algumas peças, como Jonathas, André Lima e Reinaldo da contusão, Ney já olha para o banco e encontra opções, coisa que não passava pela sua cabeça há exatos um mês atrás.

Com o tempo, a tendência é crescer.

Não tem mistério! Basta respaldo por parte dos dirigentes do nosso futebol falido carioca que o trabalho aparece. O de Ney, aos poucos, vai caminhando!!!

BIBAS ANSIOSAS SUJAM O MEIO AMBIENTE EM MADUREIRA


MEIO AMBIENTE
O evento é só no final outubro, ou seja, daqui a quase três meses, mas as bibas de Madureira já estão fazendo barulho. Esta foi umas das centenas de filipetas espalhadas pelo meio ambiente do bairro, próximo à estação de trem. A 9ª Parada GLBT de Madureira é um evento famoso no calendário cultural da Zona Norte e reúne milhares de assumidos e simpatizantes. Mas sujar as ruas com três meses de antecedência, convenhamos, é demais, não é? Menos, rapazes...menos...

50 ANOS DE MERCADÃO DE MADUREIRA: PIRATARIA E VENDAS

Texto, fotos e vídeo (TV JILÓ): Bianca Lobianco (3º período) / Equipe ESMERALDA

No ano em que completa o seu cinquentenário, o Mercadão de Madureira foi notícia nos jornais do Rio por ganhar um presente de grego: foi alvo de diversas investidas policiais que apreenderam produtos piratas em algumas de suas 580 lojas. A mídia negativa, no entanto, não tirou o ânimo dos lojistas, que comemoram no período de festas juninas – que vai de junho a agosto – um aumento na frequencia de consumidores de 80 mil para 120 mil por dia.


Segundo diretor de marketing do Mercadão, Horácio Afonso, os casos de pirataria no maior mercado do Rio de Janeiro foram episódios isolados. “O produto pirata não é uma característica de um local, ele está espalhado, está no camelô, está em outros estados do Brasil, está em lojas de ruas, está no centro, está em todo lugar. Então, nós somos vítimas disso também. Comerciantes que ainda insistem em trabalhar com produtos piratas. Aí, acontece isso. Quem trabalha ilegal sofre as penalidades da Lei. Mas são ações isoladas que não representam muito para o mercadão”, defende.

Horácio Afonso revela que os lojistas procuram adaptar seus produtos e mercadorias às datas e períodos sazionais exploradas pelo comércio. “A nossa característica é que as lojas trabalham com vários produtos. Há poucas papelarias, mas quando chega o “volta às aulas” você vê muita loja vendendo artigos escolares. Depois vem a Páscoa, então as papelarias se transformam em lojas de chocolate. Agora estamos no período de festa junina, então, quem vendeu o caderno, já guardou no estoque. Chocolate não pode sobrar, fez promoção, acabou. E começam a trabalhar com enfeites de festa junina. E, assim, é com todas as datas festivas. Em todas as épocas oferecemos lojas com produtos específicos, e isso aumenta muito a venda”, conta.
Cliente de uma loja de temperos, o consumidor Renato de Oliveira, 54 anos, disse que é consumidor antigo do Mercadão, onde encontra especiarias raras e baratas. “É um mercado que, por ter muitas lojas, tenho facilidade em encontrar aquilo que procuro. Os preços são bem convidativos e há grande diversidade de coisas para se comprar. Eu, particularmente, gostos mais da parte comestível do mercadão. Há muitas carnes de boa qualidade, temperos diversos, ervas medicinais que sempre me ajudam quando eu estou com algum problema no organismo Não penso duas vezes e venho logo para esse cantinho aqui. A facilidade de acesso aos caixas eletrônicos e a limpeza também facilitam, e o atendimento, de modo geral, é muito bom e bem tranquilo”, conta. ECONOMIA – Inaugurado durante o governo do presidente Juscelino Kubistchek, em 1959, período marcado pela política desenvolvimentista que tinha como slogan fazer o Brasil crescer “50 anos em 5”, o Mercadão de Madureira virou patrimônio histórico e referência na Zona Norte. Tem como característica mais marcante a alta concentração de artigos religiosos afro-brasileiros, ultrapassando na quantidade desses produtos, o mercado da Bahia.

É um espaço importante para o desenvolvimento do comércio, sobretudo do comércio popular. Dividido em galerias que vão de A a G, oferece uma diversidade de produtos exóticos e comuns, como especiarias, bolsas, animais que já estão prontos para o abate e há uma grande concentração de produtos artesanais para todos os gostos. O Mercadão, enfim, se parece com um shopping. Diferencia-se apenas pela ausência de luxo e sofisticação, mas trabalha com produtos de necessidades pessoais até supérfluos, espalhados pelas 7 galerias. São lojas especializadas em doces, bolsas, artigos infantis, artigos religiosos, papelarias e alimentos. As peças são vendidas no varejo e em grande quantidade, por atacado, a preços abaixo do mercado. Além de ter, também, restaurantes e lanchonetes, o Mercadão conta com casas lotéricas, bancas de jornal, caixas eletrônicos, correios, escadas rolantes e elevadores, tudo para facilitar a vida de seus consumidores.
ESTACIONAMENTO – Em meio a tanta oferta, um dos problemas do Mercadão de Madureira é a dificuldade de estacionar carros. Há poucas vagas para muita gente e isso deixa as pessoas impacientes e dificulta a compra. Outro problema que agrava o humor das pessoas é o calor. Infelizmente, por ser um estabelecimento popular e sem luxo, o local não disponibiliza ar condicionado, e isso faz com que fique muito calor dentro do local. O Mercadão fica aberto de Segunda a Sábado, de 6h às 19h; e Domingos e Feriados de 7h às 12h.

Tardelli é a surpresa

Foto: Site Oficial do Atlético Mineiro


Depois de uma passagem de altos e baixos pelo Flamengo, Diego Tardelli chegou ao Atlético Mineiro cercado de desconfiança. Um pouco mais de seis meses depois, Tardelli se tornou um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro na temporada e levou o Galo Mineiro à liderança provisória do Campeonato Brasileiro.
A volta por cima ficou confirmada hoje com a convocação do técnico Dunga. O amistoso contra a seleção da Estônia, no dia 12 de Agosto, é o primeiro jogo após a conquista do título da Copa das Confederações. Analisando todos os jogadores convocados, percebe-se que alguns jogadores, antes prestigiados, perderam espaço. Caso do atacante Alexandre Pato, que perdeu a vaga justamente para Tardelli, e do lateral esquerdo Kléber (Internacional), que foi deixado de fora para a volta do lateral Marcelo (Real Madrid).

Confira a lista de todos os convocados:

Goleiros: Júlio César (Inter de Milão) e Gomes (Tottenham)

Laterais: Daniel Alves (Barcelona), André Santos (Fenerbahçe), Maicon (Inter de Milão), Marcelo (Real Madrid)

Zagueiros: Lúcio (Inter de Milão), Juan (Roma), Luisão (Benfica), Miranda (São Paulo)

Meias: Felipe Melo (Juventus), Elano (Manchester City), Gilberto Silva (Panathinaikos), Josué (Wolfsburg), Júlio Baptista (Roma), Kaká (Real Madrid), Kléberson (Flamengo), Ramires (Benfica)

Atacantes: Robinho (Manchester City), Diego Tardelli (Atlético MG), Luís Fabiano (Sevilla), Nilmar (Villareal)

'MÃES SIM, ALUNAS TAMBÉM'

Bruna, Elaine e Magda: mães adolescentes na escola com seus filhos
'MÃES SIM, ALUNAS TAMBÉM'
REPORTAGEM - GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Texto e fotos: Viviane Teixeira Chaves

Quatorze anos e uma descoberta: grávida de dois meses. Bruna Laís da Silva Monteiro passou por esse drama há seis anos. Ainda cursava a 8ª série, quando descobriu que daria luz a uma criança. Atordoada com a novidade, Bruna pensou em fazer um aborto, mas como descobriu um pouco tarde, o medo de que o filho nascesse com alguma deficiência, foi maior. Diante disso, a adolescente tomou a seguinte decisão: a de assumir a maternidade.
Ultimamente, é comum encontrar na rua, no bairro, na faculdade, na escola ou no trabalho, pelo menos uma menina com menos de 21 anos que já tenha se tornado mãe ou que esteja grávida. Por causa disso, muitas jovens se veem obrigadas a deixar os estudos de lado para cuidar dos filhos. Isso acontece porque, dificilmente, encontra-se uma pessoa confiável para ficar com a criança.
PRECOCIDADE – A gravidez precoce é considerada um caso de saúde pública no Brasil. Em 2002 e 2003, foi feito um último levantamento sobre o tema pelo Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde. Foi registrado um total de 3.059.402 e 3.038.251 nascidos vivos, respectivamente. Destes, 693.101 (22,7%) e 673.045 (22,2%) eram filhos de mães adolescentes, entre 10 a 19 anos. Em cada um desses anos, 0,9% dos nascidos vivos foram de mães entre 10 e 14 anos. Já em 2002, foi verificado que 21,8% dos nascidos vivos eram de mães entre 15 e 19 anos. Em 2003, 21,3% dos nascidos vivos foram de mães nessa faixa etária.
A Região Norte apresentou o maior índice de gravidez na adolescência (10-19 anos), com 29,6% e 29,1%. Em segundo, a Região Centro-Oeste, com 24,1% e 23,3%. Destaca-se também a Região Sudeste com a menor proporção de mães no mesmo grupo de idade, de 19,2% e 18,3% nos anos de 2002 e 2003, respectivamente.

Tendo em vista esse cenário e consciente da importância de se concluir o ensino médio, a Instituto Normal Estadual Carmela Dutra, localizada na Avenida Edgard Romero, em Madureira, criou o “Carmelinha”, escola que vai até a 4ª série e que fica nos fundos do colégio e é aberta para os filhos das alunas e funcionárias do local.

– O Carmelinha foi criado pelo antigo diretor, o professor Geraldo Ribeiro. E eu dou total apoio – afirma, com entusiasmo, o diretor-geral da escola, professor Marcelo da Silva Lisboa.

O Carmelinha foi construído há nove anos. Começou como uma creche, chamada Joaninha, onde apenas os bebês das alunas eram atendidos. O sucesso do projeto fez a escola investir mais. De acordo com a orientadora educacional do Carmelinha, pedagoga Flávia da Conceição Domingos Dias, o número de alunos totaliza 417.

– A procura fez a escola aumentar. Hoje, o número de alunas que têm filhos matriculados aqui se aproxima a 20. Considero essa iniciativa um exemplo para outras escolas. É uma oportunidade para que essas adolescentes concluam o normal e possam, futuramente, oferecer uma vida melhor aos seus filhos. Além disso, a escola só tem a ganhar. O Carmelinha, este ano, tornou-se um colégio de aplicação. Cada aula é assistida por duas normalistas. É uma espécie de estágio para que as meninas tenham contato com a prática – explica Flávia.

Elaine, Bruna e Magda aprovaram a iniciativa da creche Carmelinha

Bruna Laís, hoje com 19 anos, é uma das alunas normalistas do Carmela Dutra. Seu filho, Alexandre Monteiro Cavalcante, 4 anos, é um dos estudantes do Carmelinha. A jovem garante que ter um lugar para deixar o filho, é um presente. A mãe precoce se sente segura em saber que Alexandre está no mesmo lugar que ela. Outro motivo que não pode ser descartado é a ótima oportunidade para dar prosseguimento aos estudos, fator que angustiou a menina ao receber o resultado do exame de gravidez aos 14 anos de idade.
– Eu fiquei sem chão. Fiz o teste de farmácia e, quando vi que era positivo, me desesperei. Foi péssimo. Não sabia como contar para os meus pais. Pensei em como seria o meu futuro a partir daquele instante e acho que foi por isso que pensei primeiro em abortar. Minha mãe ficou duas semanas sem falar comigo. A família toda ficou chocada. E eu, com muita vergonha disso tudo, é claro – recorda.
Outra normalista grata à iniciativa do Carmela Dutra é Elaine Regina Moledo Pinto, 21. A aluna engravidou aos 17 anos. Já se passaram quatro, mas a lembrança do constrangimento de ter engravidado nova ainda é viva em sua memória. Elaine lembra o quanto foi criticada pela família e amigos. Porém, segundo ela, o medo de ter o futuro prejudicado e não ter nada de bom para oferecer à filha a assustou muito mais.
– O clima lá em casa foi só decepção. Não teve uma pessoa da minha família que não pensasse: “a Elaine, tão inteligente, grávida?” Quando minha filha nasceu, tive que interromper meus estudos, porque minha mãe não ficava com a menina. O único apoio que minha mãe me deu foi financeiro. Tive medo, mas fui obrigada a abrir mão da escola. Alguém tinha que cuidar da minha criança, – desabafa Elaine, mãe de Beatriz Pinto Corrêa, 3.
Apesar do susto, Elaine não pensou em aborto. Ela tinha consciência do que tinha feito e, desde o momento que soube da notícia, assumiu a maternidade. Segundo Elaine, ela só voltou a estudar porque conseguiu matricular a filha no Carmelinha. A ex-sogra ajudava a cuidar da menina, mas não era sempre que a avó podia. Então, optou por esperar até que Beatriz tivesse idade suficiente para ingressar no Jardim I.

– Estudamos no mesmo turno. Isso facilita muito. Uma vez ouvi dizer que a iniciativa do Carmela Dutra incentivava a gravidez. Isso é uma tremenda ignorância. É totalmente o contrário, é um passo para que o jovem não pare de estudar. Eu sou um ótimo exemplo. Se o Carmela não possuísse esse projeto, seria muito provável que eu ainda estivesse em casa, cuidando da minha filha ou com problemas sérios para conciliar os horários dela com os meus. Aqui, também, é uma excelente escola. Vejo minha filha aprender e me sinto segura, porque estou perto – revela.

A situação de Bruna não foi diferente de Elaine. Voltar a estudar depois de ter se tornado mãe, é quase sempre um problema. Bruna acredita que se não tivesse encontrado o Carmelinha, ela teria parado de estudar.

– Para retornar aos estudos, primeiro teria que achar alguém de confiança para ficar com o Alexandre, o que já seria um problema. Com isso, a minha prioridade passaria ser de estudar para trabalhar – afirma.


Aqueles que pensam que não ter com quem deixar os pequenos é um problema exclusivo das adolescentes, enganado. Magda Iorá Marques, 27, se casou antes de concluir o ensino médio. Mas a esperança de voltar a estudar permaneceu viva dentro dela. Hoje, mãe de Anthony Marques Batista, 3, Magda elogia a idéia do Carmelinha e se diz ser uma das privilegiadas por causa do local.

– Depois que meu filho nasceu, fiquei dois anos sem estudar justamente porque não havia ninguém para tomar conta dele. Consegui uma vaga para ele aqui e o matriculei. Durante todo o ano viemos juntos para escola, o que é muito legal. Mesmo que eu tivesse que pagar uma pessoa para ficar com ele, eu não ficaria tão tranquila. Meu marido e eu ficamos sossegados – explica Magda.

CRIANÇAS GOSTAM DA ESCOLINHA

'MÃES SIM, ALUNAS TAMBÉM'
REPORTAGEM - GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Texto: Viviane Teixeira Chaves

Está comprovado que as ‘alunas-mães’ aprovaram o projeto do Carmelinha. Para elas, a iniciativa é nota 10. Porém, não são apenas as mamães que estão satisfeitas com a escolinha. As crianças também. Beatriz, filha de Elaine, adora ir à escola com a mãe, voltar da escola e vê-la nos intervalos das aulas.
– Gosto muito daqui, da merenda e da bola. Quando crescer, quero ser professora que nem a tia Luzia – diz Beatriz, do Jardim I, se referindo a sua professora de classe.
Alexandre é outro que considera ir para escola uma festa. O menino, amigo de Beatriz, é uma das crianças mais agitadas da classe, segundo a professora Luzia. Xande, como é chamando pela mãe, Bruna, se empolga ao falar do Carmelinha.
– Gosto de tudo. Gosto de vir com a minha mãe para cá – revela Alexandre, também aluno do Jardim I.
Bruna, Elaine e Magda se consideram pessoas premiadas por terem o privilégio de continuarem a estudar, mesmo depois de serem mães. Apesar de muito novas, Bruna e Elaine valorizam a oportunidade e torcem para que projetos como esse cheguem a outras instituições.
Servente do Carmela Dutra, Maria da Glória Pereira Ferreira trabalha na casa há 23 anos e apóia a iniciativa da escola.
– Sou casada há 37 anos. Não tive filhos biológicos, mas considero todos eles os meus filhos. Toda criança precisa ir à escola e todo adolescente também. Aqui, isso é possível, diz a funcionária.

POR QUE NÃO SE PREVINIR?

'MÃES SIM, ALUNAS TAMBÉM'
REPORTAGEM - GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Texto: Viviane Teixeira Chaves
Uma pergunta e apenas uma resposta. Isso foi o que aconteceu numa enquete realizada para saber o porquê que as adolescentes não usaram preservativo antes terem relações sexuais. A resposta foi unânime e surpreendente: “Pensei que nunca fosse acontecer comigo”.
Thaysa de Lima Azevedo, 17, engravidou aos 15. A jovem revela que descobrir que estava grávida tão nova não estava em seus planos, da mesma forma que aconteceu com Bruna e Elaine.
– Logo que descobri pensei em fazer um aborto. Também passei pelo constrangimento de ter que enfrentar a família para contar o que havia acontecido. Além disso, sofri com o preconceito de algumas meninas da escola que se afastaram de mim, após a notícia da minha gravidez ter se espalhado. Minha mãe, no início, apoiou a minha decisão de abortar, mas depois da primeira ultrassonografia que eu fiz, me apaixonei pela ideia de ser mãe e ela se conformou em ser avó. Não usei preservativo, porque nunca pensei que fosse acontecer comigo – lembra Thaysa, hoje, mãe de Nicoly Cristine de Azevedo, 9 meses.
Elaine é outra que afirma não ter imaginado que um dia poderia ser mãe antes do tempo. A menina conta que só descobriu a gravidez porque passou muito mal e, que, por causa disso, chegou a ficar cerca de uma semana internada no hospital.
– Pode ser idiota, mas, também, pensei que nunca engravidaria. Soube que estava grávida ao ir ao médico me consultar, depois de passar muito mal. Eu nem imaginava o que era. Lá, eles fizeram uns exames e foi constatado que eu estava grávida de quase um mês. O médico me disse que o motivo por ter passado tão mal, só é justificado se for levado em consideração que o meu organismo ainda não estava preparado para gerar um bebê – explica a normalista.
A doutora em ginecologia, mastologia e obstetrícia, Graciara de Cássia Fardin concorda com o profissional que atendeu Elaine e afirma que isso é mais comum do que se imagina.
– Paciente grávida muito jovem sempre é preocupante. Tenho visto criança de doze anos gestante. Isso é um problema grave. A adolescente grávida fica exposta a uma série de doenças, como hipertensão e diabetes. Em alguns casos, a paciente não tem nem a estrutura óssea totalmente formada, o que é muito perigoso durante a formação do bebê no ventre da mãe e no momento do parto – explica a doutora, que atenta para a importância dos métodos contraceptivos.
De acordo com a ginecologista, os meios de contracepção vão além de evitar uma gravidez indesejada. As doenças sexualmente transmissíveis (DST) estão em alta e isso torna a camisinha indispensável.
– Mesmo que a jovem tome pílula anticoncepcional, a camisinha sempre deve ser usada. O maior risco que o ser humano corre em não usar preservativo não é engravidar, mas contrair o vírus do HIV. É triste admitir, mas poucos têm se importado com isso – adverte.
Glaucio Dirê é professor da disciplina Bases Biológicas do Comportamento do curso de Psicologia, do campus Ilha do Governador da Universidade Estácio de Sá. Glaucio, formado em Biologia, acredita que gestações precoces são consequencias únicas da falta de informação.
– A informação devia ser transmitida a partir da 5ª série. O ensino fundamental devia se responsabilizar por isso. É justamente nessa fase que a Biologia trata de sistema reprodutor e sexualidade. Esse seria um ótimo gancho para que o assunto fosse discutido entre os adolescentes com naturalidade. Palestras sobre os métodos contraceptivos seriam ainda melhor – orienta Glaucio.

GRAVIDEZ PRECOCE, POBREZA E VIOLÊNCIA

'MÃES SIM, ALUNAS TAMBÉM'
REPORTAGEM - GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Texto: Viviane Teixeira Chaves
Pode parecer exagero, mas especialistas consideram a gravidez precoce uma forte aliada ao sustento da pobreza e aumento da violência. Isso porque as considerações feitas estão relacionadas com o desejo das jovens engravidarem em busca de uma mudança de vida. Enquanto algumas temem ser mãe antes do tempo certo, outras regozijam ao perceber que o resultado do teste de farmácia deu positivo.
O professor Glaucio acredita que a gravidez precoce é um mal para a sociedade. Segundo ele, o número crescente de crianças abandonadas e marginalizadas é um dos exemplos que prova que a gravidez precoce está diretamente ligada à pobreza e à violência. Outro profissional que acredita nisso é a doutora Graciara.
– Tenho uma paciente que trabalha na área de saúde. Ela me disse que crianças vão até lá em busca de anticoncepcional. Um caso que ela ficou impressionada foi o de uma menina que pediu uma pílula a ela, porém nunca tinha tido a primeira menstruação. Além da questão médica, a gravidez precoce envolve o fator psicológico e social. Se uma adolescente não tem uma educação adequada, como irá educar uma criança? Isso é muito sério, explica Graciara.

PRÍNCIPES NÃO ENCANTADOS

'MÃES SIM, ALUNAS TAMBÉM'
REPORTAGEM - GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Texto: Viviane Teixeira Chaves
A semelhança entre a história de Bruna, Elaine e Thaysa não se limita ao acontecimento de terem se tornado mães muito cedo. As três adolescentes enfrentaram a dor da separação, pois descobriram, com o tempo, que o pai de seus filhos não era o companheiro ideal para eternidade, assim como nos contos de fada. Elaine terminou o namoro, quando a filha tinha seis meses. Bruna se separou de Alessandro Cavalcante, pai de Alexandre, quando o menino tinha 2 anos e meio e Thaysa ainda estava grávida quando terminou o namoro com o pai de Nicoly. O motivo do término da relação de todas três: a irresponsabilidade por parte do parceiro.
Porém, o drama de Bruna e Thaysa pode ser considerado maior do que de Elaine. Bruna tinha terminado há dois meses, quando recebeu a notícia de que o pai de seu filho havia sido assassinado.
– Fiquei horrizada. Até hoje, não existe nada comprovado, mas tudo indica que ele tinha se envolvido com uma mulher de bandido e, por isso, foi morto. O Alessandro tinha 22 anos quando foi assassinado. Depois dele não gostei de ninguém da mesma forma – revela Bruna.
Thaysa passou por uma situação parecida. Apesar de estar separada do parceiro, ela ainda gostava dele. Estava grávida de quase oito meses, quando a mãe contou que o rapaz havia sofrido um grave acidente de carro e que estava internado.
– Não sei explicar o que eu senti. Fiquei em estado de choque. A ficha não caía de jeito nenhum. Ele morreu dias depois do acidente. Foi horrível! Hoje, mostro sempre para minha filha a foto do papai dela – confessa a jovem.
Segundo o professor Glaucio, uma adolescente não está preparada para assumir determinadas responsabilidades. Ao tornar-se mãe, isso muda, pois antecipa uma fase que ainda não era para ser vivida por ela. Esse fator pode causar uma série de problemas, caso a jovem não tenha um bom alicerce.
– O despreparo é a maior preocupação. Nesse é caso, o apoio da família é fundamental, – afirma o professor.
A falta do parceiro, o abandono da família e a interrupção dos planos futuros são dificuldades enfrentadas pelas jovens mães. Ter que deixar os estudos para cuidar dos filhos, dificulta o progresso da escolarização, o que prejudica a inserção da adolescente no mercado de trabalho e contribui para o prosseguimento do ciclo de pobreza e para a falta de qualidade de vida.
Razões e falsas crenças que levam a uma gravidez na adolescência:
- Ficar livre da pressão dos pais
- Desejo de prender o namorado
- Chamar a atenção sobre si mesma
- Curiosidade
- Contrariar ordens familiares
- Ser diferente ou imitar alguém
- Carência afetiva
- Desejo que o bebê seja a fonte de carinho
- Desejo de ter mais poder